Museu da Amazônia completa 10 anos e terá mostra com preguiça de 2 metros de altura

Quando fui ao Museu da Amazônia (Musa) –  situado em uma área de 1 km2 da Reserva Adolpho Ducke, em plena floresta amazônica-  pela primeira vez, não conseguia ter a dimensão do quanto o único museu a céu aberto do Amazonas poderia se tornar um dos principais pontos turísticos e de visitação doméstica de Manaus.

Dez anos depois, com uma infraestrutura completa para visitantes e pesquisadores, o Musa consolidou-se. Para se ter uma ideia, em 2018, foram 60 mil visitantes, dos quais 50% eram turistas – 30% estrangeiros e 20% brasileiros. E outros 50% eram de moradores da capital amazonense, entre eles estudantes e idosos.

“O Musa tornou-se uma opção de ver a Amazônia de perto, conviver com insetos, animais e plantas, sem precisa adentrar a floresta densa e com toda a comodidade de estar dentro da área urbana de Manaus”, explica o diretor do Musa, o pesquisador Enio Candotti.

Modesto, ele prefere não afirmar que o sucesso do Musa se deve muito ao seu funcionamento simplificado e harmonioso entre homem e natureza. E, não menos importante, à relevância das pesquisas que o museu apresenta em forma de exposições, sempre muito didáticas.

Uma delas, por exemplo, a que estuda a vida das cigarras, está em parte das trilhas. E o visitante pode ler as placas e observar in locoas torres de argila que as cigarras constroem para emergir da terra, bater asas, cantar, acasalar, botar ovos e depois morrer. Quase romântica, a pesquisa tem muita relevância para a ciência. Na Europa, explica Candotti, torres de argila construídas por cigarras não são encontradas há uns 100 anos.

Fenômenos assim, e outros como as mais de 150 espécies de mandioca identificadas no município amazonense de Santa Izabel do Rio Negro, engrossam a lista de fatos interessantes que o visitante pode ver ou vivenciar no Musa.

Na minha visita, por exemplo, deparei como um grupo de macacos guariba fazendo festa de galho em galho em topos de árvores. Só foi possível avistá-los porque eu estava no alto da torre panorâmica, com 40 metros de altura, que é uma das mais procuradas atrações do Musa.

Se para quem visita o encantamento é garantido. Para pesquisadores experientes como Enio Candotti o Musa está apenas começando, apesar do sucesso que tem conseguido. “Ainda temos muito a fazer. E este ano, nos 10 anos do Musa, vamos inaugurar uma exposição sobre geologia e paleontologia da Amazônia. Nessa região viveram mastodontes, preguiças de 2 metros de altura e jacarés de 15 metros de comprimento. Vamos mostrar em vídeos e em peças recriadas como era a Amazônia dessa época.”

A mostra, que deverá entrar em cartaz no segundo semestre deste ano, será o pontapé inicial para um outro projeto: a criação de um novo museu, de geologia e paleontologia da Amazônia. Agora é aguardar para, mais uma vez, passear pelo universo amazônico ao vivo e se encantar!

Para saber sobre o Musa e visitas acesse: http://museudaamazonia.org.br

 

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