FVS-AM alerta para tuberculose na pandemia

A prevenção contra doenças respiratórias está sendo enfatizada ainda mais devido à pandemia de Covid-19. No Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24/03), a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) ressalta que os cuidados de prevenção de Covid-19 também são importantes para controlar a tuberculose, enfermidade endêmica no Amazonas que tem sintomas parecidos com a doença transmitida pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde aponta para o registro de 589 casos novos de tuberculose no Amazonas de janeiro até 23 de março deste ano. Só em Manaus, foram notificados 429 casos da doença no mesmo período. No comparativo entre janeiro e fevereiro de 2020 com o mesmo período de 2019, a estatística aponta para manutenção dos casos de tuberculose no estado. Foram 514 registros nos primeiros dois meses deste ano, e 553 nos primeiros dois meses de 2019.

A diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, ressalta que as medidas para prevenir Covid-19 também servem para evitar outras doenças respiratórias. “Há várias doenças circulando em nossa região incluídas na SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave). Então, é essencial manter os cuidados recomendados para evitar a notificação de novos casos não só de Covid-19, mas também de outras doenças, como a tuberculose, que permanece como um preocupação constante no estado”, avaliou.

Rosemary revela ainda, que a pessoa com tuberculose pode apresentar tosse que ultrapassa 14 dias, que é também o “período de incubação” do novo coronavírus (Sars-CoV-2). “A tuberculose é uma doença oportunista, que se aproveita da baixa imunidade do indivíduo para se instalar, por isso a necessidade de manter a vigilância ativa”, informou.

De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Controle de Tuberculose (Pect/FVS), Marlucia Garrido, tosses prolongadas, com duração maior que 14 dias, devem ser investigadas para outras patologias, principalmente a tuberculose.

“O quadro clínico da tuberculose é muito parecido com o de Covid-19, com a presença de dor no peito, tosse, cansaço, e dor no peito. Enquanto a tosse termina em até 14 dias para Covid-19, na tuberculose a suspeita começa com a tosse além de duas semanas. É comum o doente de tuberculose apresentar febre baixa no final da tarde ou início da noite, sudorese noturna, falta de apetite e perda de peso”, detalhou Marlucia.

Os exames e o tratamento para tuberculose são gratuitos e estão disponíveis em toda rede pública de saúde. A doença tem cura se o tratamento for realizado corretamente, pelo tempo de seis meses, na maioria dos casos.

Campanha – Este ano, o Pect/FVS coordenou a campanha “É hora de vencer a tuberculose no Amazonas” com o objetivo de aumentar a conscientização sobre os efeitos e como a doença pode ser interrompida se tratada em tempo oportuno e adequadamente. Entre as atividades propostas, a programação incluiu um ato de mobilização para difundir informações sobre a doença na avenida Eduardo Ribeiro, no Centro de Manaus. Outras ações em parceria também foram realizadas no interior do estado.

Em Itacoatiara (distante 176 quilômetros a leste de Manaus), pela primeira vez no interior do estado, a Exposição de Tuberculose (ExpoTB) ocorreu de 9 a 13 de março, no Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti) Dom Jorge Edward Marskell, onde alunos de 16 escolas estaduais do município tiveram a oportunidade de conhecer os sintomas, medicamentos de tratamento e de combate à tuberculose, além de obter informações sobre a vacina BCG, que previne o organismo contra a moléstia. Ainda na escola, os profissionais de saúde realizaram atividades teóricas e práticas de manejo da tuberculose.

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