Eleições para OAB-AM traz o velho, o novo e o dissidente

O cenário para as eleições da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas (OAB-AM), está desenhado em meio a um racha na situação e a uma oposição fortalecida. Tudo isso tem como pano de fundo a disputa pela vaga a desembargador do Quinto Constitucional, onde a atual gestão da OAB-AM, encabeçada pelo advogado Marco Aurélio Choy, e a oposição, liderada pelo advogado Jean Cleuter Simões Mendonça, travaram uma batalha de titãs.

Jean Cleuter colocou 4 dos 6 candidatos na lista quíntupla. Choy apenas 1, e este foi o escolhido para a vaga de desembargador. O resultado parece não ter agradado os apoiadores e apoiados de Marco Aurélio Choy.

A prova disso é que esta semana, uma terceira chapa se inscreveu para as eleições da presidência da OAB-AM, e ela é encabeçada por dois advogados que foram apoiados por Choy ao Quinto Constitucional: Marcelo Kizem e Felipe Tury. Ambos, até poucos meses, engrossavam a lista de parceiros de Choy.

Alguns apostam que trata-se de um racha no bloco da situação, outros acreditam que é uma cortina de fumaça para cutucar a oposição com vara curta. Afinal, a terceira chapa inscrita traz um nome bem parecido com o da oposição. Marcelo Kizem e Felipe Tury se apresentam como a Renova OAB de Verdade. E Jean Cleuter e sua vice, Omara Gusmão, se lançaram como a Nova OAB.

O fato é que hoje o Amazonas possui mais de 14 mil advogados inscritos na OAB e, destes, aproximadamente sete mil estão atuando. Aptos para votar no dia 28 de novembro, quando acontece a eleição da categoria, estarão somente os adimplentes com a anuidade da Ordem. O coeficiente eleitoral, portanto, ainda não é conhecido e é guardado a sete chaves pela presidência da OAB-AM.

Transparência na gestão e nas contas, aliás, é um dos principais telhados de vidro de Marco Choy. O outro, é a falta de alternância no poder. Isso porque ele pertence ao grupo da família Simonetti, que está se revezando na presidência da OAB-AM há mais de 30 anos, em quase um feudo que passa de pai para filho, deste para os amigos mais íntimos e assim por diante.

Já Jean e Omara estão fechados desde as eleições passadas para a presidência da OAB-AM quando foram vencidos por uma quantidade pequena de votos: apenas 151. E têm como discurso o fato de nunca terem sido gestores, presidentes da OAB. Jean Cleuter já foi conselheiro federal no grupo dos Simonetti, mas se incomodou quando viu que não teria espaço para pleitear uma gestão nova e moderna.

Resultado? Vem trabalhando e está fortalecido na oposição com um bloco de advogados que pedem inclusão, respeito às prerrogativas e alternância de poder. Defendem a não reeleição e avisam que vão para a luta.

A eleição da OAB-AM costuma ser uma das mais disputadas entre as entidades de classe e conselhos. E este ano parece que será diferente!

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