Vereadora de Niterói (RJ) recebe ameaças de morte

Quem vai me ajudar a ter coragem? Quem vai chorar comigo dores tão parecidas e entender exatamente tudo que explode no peito?”, compartilhou em suas redes sociais no sábado a vereadora de Niterói Talíria Petrone (PSOL).

Sua amiga, parceira política e, como ela descreve, “antes de tudo, irmã de vida” foi morta com quatro balas na cabeça na noite de quarta-feira, quando seu carro foi alvejado por treze tiros. O motorista Anderson Gomes também morreu.

Antes disso, a grande maioria do Brasil não conhecia Marielle. Provavelmente, você também nunca ouviu falar de Talíria. Assim como a vereadora executada, ela é mulher, negra e surpreendeu ao ser eleita vereadora pelo PSOL em 2016, com a maior votação em Niterói.

Talíria vem de uma família de classe média baixa de Niterói, do bairro do Fonseca, na zona norte da cidade, filha de uma professora alfabetizadora e de um artista plástico e músico. Seguiu o caminho da mãe no magistério, mas, antes de virar professora, chegou a trancar a faculdade de História na UERJ, aos 18 anos, para atuar como atleta profissional de vôlei em Portugal.

Decidiu voltar após dois anos. Quando passou no concurso para professora da rede municipal do Rio, escolheu dar aula na região da Maré, porque diz acreditar que é nas comunidades mais pobres que a educação tem maior potencial transformador.

Sente saudade da sala de aula agora que está licenciada para exercer seu mandato, um trabalho que diz ser gratificante, mas ao mesmo tempo doloroso. Única mulher na Câmara de Niterói, ela contou à BBC Brasil sobre como compartilhava com Marielle as dificuldades de ser uma vereadora negra, em um ambiente majoritariamente de homens brancos.

Sua amiga, parceira política e, como ela descreve, “antes de tudo, irmã de vida” foi morta com quatro balas na cabeça na noite de quarta-feira, quando seu carro foi alvejado por treze tiros. O motorista Anderson Gomes também morreu.

Antes disso, a grande maioria do Brasil não conhecia Marielle. Provavelmente, você também nunca ouviu falar de Talíria. Assim como a vereadora executada, ela é mulher, negra e surpreendeu ao ser eleita vereadora pelo PSOL em 2016, com a maior votação em Niterói.

Talíria vem de uma família de classe média baixa de Niterói, do bairro do Fonseca, na zona norte da cidade, filha de uma professora alfabetizadora e de um artista plástico e músico. Seguiu o caminho da mãe no magistério, mas, antes de virar professora, chegou a trancar a faculdade de História na UERJ, aos 18 anos, para atuar como atleta profissional de vôlei em Portugal.

Decidiu voltar após dois anos. Quando passou no concurso para professora da rede municipal do Rio, escolheu dar aula na região da Maré, porque diz acreditar que é nas comunidades mais pobres que a educação tem maior potencial transformador.

Sente saudade da sala de aula agora que está licenciada para exercer seu mandato, um trabalho que diz ser gratificante, mas ao mesmo tempo doloroso. Única mulher na Câmara de Niterói, ela contou à BBC Brasil sobre como compartilhava com Marielle as dificuldades de ser uma vereadora negra, em um ambiente majoritariamente de homens brancos.

“Eu nunca sofri tanto racismo de forma explícita como na minha experiência de um ano (como vereadora). Desde ser chamada de negra nojenta, ouvir ‘neguinha volta para senzala’, ‘que cabelo é esse?’, até ameaças concretas de morte”, relatou Talíria.

“Mari tinha um jeito de dar um tapa e dizer: ‘bora, negona, a vida é dura, baby’, que de alguma maneira era um força que dava para a gente”, recorda.

As duas se conheceram há oito anos em um curso pré-vestibular comunitário da favela da Maré, onde Marielle cresceu e onde Talíria, que é formada em História, dava aula. A relação se intensificou na militância no PSOL e, ainda mais nos últimos dois anos, a partir do momento em que decidiram concorrer às eleições.

Ao contrário da carioca, que nunca havia sido ameaçada, a parlamentar de Niterói já recebeu ameaças de morte em redes sociais e também em telefonemas para a sede do PSOL na cidade. Nesses contatos, o intimidador dizia que explodiria o local.

Os casos foram informados no ano passado na 76ª Delegacia de Polícia da cidade por meio de notícia-crime. Segundo a Polícia Civil do Estado, as investigações estão em curso, e um suspeito de ter feito a ameaça – que preferiu não identificar – estava sendo ouvido nesta quarta-feira.

À BBC Brasil, Talíria disse que ela e sua amiga, mas principalmente Marielle, tinham reticências em disputar a eleição, preocupadas com a exposição que isso traria, os prováveis ataques de ódio e como esse trabalho poderia mudar suas vidas e a relação com suas famílias.

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