Prefeito decreta Situação de Emergência em Manaus para conter o sarampo

O prefeito Arthur Virgílio Neto assinou na terça-feira, 3, decreto de Situação de Emergência em Manaus para conter o avanço da epidemia do sarampo na capital. O decreto tem validade de 180 dias e possibilita a aquisição imediata de bens e de serviços necessários à situação de anormalidade. Outra medida a ser tomada será o reforço da vacinação nas ruas, onde já estão atuando 120 agentes e mais 140 já foram convocados para atuarem com a imunização em locais de aglomeração, como creches, escolas, shoppings e bairros de casa em casa. O decreto estará publicado na próxima edição do Diário Oficial do Município (DOM), já na noite desta terça-feira.

“Nós decidimos que, ao invés de esperarmos que as pessoas busquem a prevenção nas unidades básicas de saúde, nós vamos às pessoas em suas casas, na zona ribeirinha, nas estradas, nas escolas, universidades, onde quer que se reúnam pessoas para dar a cobertura necessária de combate a essa doença”, afirmou o prefeito Arthur Virgílio Neto, destacando que a faixa de idade prioritária para essa etapa da vacinação vai de 6 meses a 29 anos, mas há ainda uma atenção especial para o público de até 49 anos, que também deve se dirigir às unidades básicas de saúde para imunização por estar dentro da rotina preconizada pelo Ministério da Saúde.

O prefeito afirmou que não irá hesitar em buscar apoio do Governo do Estado e das Forças Armadas, no sentido de formar uma única frente contra o sarampo. “Já vencemos a chikungunya, zika vírus, uma crise econômica grave, não será o sarampo a deter os passos do povo de Manaus. Temos de agir com presteza para conter a doença em todos os limites de Manaus. Vamos enfrentar o sarampo pelo tempo necessário para fazer o adversário se render”, enfatizou.

O secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, destacou que a assinatura do decreto municipal vai facilitar toda a logística, contratação de pessoal e aquisição de material, no sentido de vencer o sarampo. “Estamos na 17ª semana de luta contra o sarampo e vamos agora, em uma segunda fase, intensificar a vacinação do nosso público prioritário”, afirmou, ao ressaltar que será feita mais uma campanha forte de mobilização para sensibilizar a população a buscar uma unidade básica de saúde para a imunização.

O diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, Bernardino Albuquerque, assegurou que o Estado vai atuar integrado com o Município para controlar o avanço da doença na capital e interior do Estado. “Vamos ter um contingente de pessoas vacinadas pelo Estado, no sentido de somar esforços. Sabemos que, se controlarmos o sarampo em Manaus, vamos controlar também no interior do Estado”, disse.

Bernardino destacou, ainda, a importância da adesão maciça da população no que diz respeito à imunização. “Essa vacinação está disponível em todas as unidades básicas da capital, onde há salas de vacina, e interior do Estado, temos que divulgar isso e sensibilizar a população”, mencionou.

Além disso, ele alertou que toda pessoa com quadro clínico caracterizado com febre e manchas no corpo deve procurar uma unidade de saúde para que possa receber toda a orientação necessária. Confirmado o diagnóstico, a recomendação é que essa pessoa não frequente locais com aglomeração, visto o período de transmissibilidade do sarampo ser de até quatro dias depois do aparecimento das manchas no corpo.

Boletim

A decisão pela Situação de Emergência considera a progressão dos casos de sarampo em Manaus. Dados do Informe Epidemiológico da Sala de Situação de Vigilância em Saúde da terça-feira, 3/7, apontam a confirmação de 271 casos, de 1.841 notificados desde o início de março deste ano. Esse crescimento no número de casos suspeitos aumenta a possibilidade de disseminação para outros Estados do país e coloca em risco os compromissos para manutenção da certificação da eliminação da circulação do vírus do sarampo nas Regiões das Américas.

Outra justificativa para a “Situação de Emergência” é que, mesmo após a intensificação da vacinação e realização de campanha para a população de 6 meses a 5 anos, iniciada em abril, e que ainda se encontra em curso, a cobertura de 95% não foi alcançada e os casos continuam aumentando, principalmente na faixa etária de 15 a 29 anos. Outras estratégias para alcançar também esse público-alvo estão sendo implementadas em Manaus, como a vacinação em escolas, empresas, indústrias, comércios e demais instituições com aglomerado de pessoas.

 

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