Pesquisa buscou avaliar a qualidade de vida de pessoas com deficiência praticantes e não praticantes de atividade física

Avaliar a qualidade de vida de pessoas com deficiência física e visual, praticantes ou não de atividade física, com base na percepção do indivíduo. Esta foi a base de uma pesquisa fomentada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), desenvolvida pela educadora física Lionela da Silva Corrêa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

O estudo buscou comprovar cientificamente a importância da atividade física na qualidade de vida da pessoa com deficiência. Segundo a pesquisadora, até então só havia dados a partir de relatos.

“Percebemos de forma empírica que as pessoas que praticavam atividade física regular relatavam melhoras em vários aspectos de vida. Inclusive houve um relato de um participante de dança em cadeira de rodas que disse ter preconceito em dançar, mas depois que começou, recomenda a todos os cadeirantes”, disse.

Segundo a coordenadora do Programa de Atividades Motores para Deficientes (Proamde), Minerva Leopoldina de Castro, a ideia do projeto da pesquisadora Lionela surgiu a partir da atuação do programa de extensão da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (FEFF) da Ufam, que visa oportunizar o desenvolvimento das potencialidades remanescentes de pessoas com deficiência através de atividades de Educação Física e esportes gratuitos.

“O  Proamde mudou as vidas das pessoas. Ele tem dois objetivos muito fortes. O primeiro é o de potencializar as pessoas com deficiência, trazer  e mostrar a funcionalidade ate melhorar a qualidade de vida delas. E o segundo é a capacitação de recursos humanos, que incentiva os acadêmicos a desenvolver outros projetos assim como o da Lionela, mostrando a sociedade que podemos  também sair de dentro dos nossos muros acadêmicos”, explica.

O estudo  foi aplicado a pessoas que participavam de projetos do  Proamde, e pessoas cadastradas na Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Seped) e associações.

Lionela explica que, ao verificar a qualidade de vida dos participantes, todos apresentaram resultados acima da média, demonstrando uma autopercepção positiva da qualidade de vida.

“Quando comparados os resultados de atividade física e qualidade de vida, percebemos que pessoas com deficiência visual que praticam atividade física no trabalho são mais ativas e apresentam percepção mais positiva da qualidade de vida que aquelas não praticantes. Já os deficientes físicos que praticam atividade física (considerados ativos) apresentam qualidade de vida melhor, e também, quando observados por domínios de qualidade de vida – o domínio de qualidade de vida relacionada aos aspectos físicos (domínio físico) – apresentou melhor resultado de qualidade de vida, quando comparados aos insuficientemente ativos”, disse a pesquisadora.

A pesquisadora relata que os deficientes visuais não tiveram atividades práticas. Com eles, foi realizada uma coleta de dados por meio do Questionário Internacional de Atividade Física (Ipaq), cujo objetivo é avaliar os hábitos da atividade física e analisar a percepção da qualidade de vida, além de ser aplicado um questionário sociodemográfico para caracterização dos indivíduos.

“No questionário Ipaq, eles responderam sobre as suas atividades, como, por exemplo, lazer, trabalho, transporte, dentre outros, com questionamentos sobre quantas vezes na semana a realizavam e o tempo que levavam com cada atividade por semana. Com o dado da quantidade de vezes que eles faziam, foram classificados como praticantes ou não praticantes (ativos e insuficientemente ativos). Além desse questionário, eles também responderam o de qualidade de vida, em que apontavam o grau de satisfação com cada domínio da qualidade de vida (por exemplo, parte física, psicológica, social e ambiental). A partir disso, comparamos a qualidade de vida dos praticantes e não praticantes”, disse.

O projeto finalizado teve seus relatórios finais apresentados no Seminário Amazonense de Atividades Motoras Adaptadas (Saama) em novembro de 2018, conseguindo atingir pessoas com deficiência e professores que atuam na Educação Física, e mais duas submissões  para publicação de artigo científico.

Fomento – O projeto recebeu apoio por meio do Programa Apoio à Pesquisa (Universal), edital nº 030/2013, cujo objetivo é conceder aporte financeiro para atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, em todas as áreas de conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento do Amazonas.

Neste ano, houve uma chamada para o universal que recebeu propostas até 15 de julho de 2019.

Mais informações: Assessoria de Comunicação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam)

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