Museu francês descobre que mais da metade de acervo é falso

Um museu dedicado ao pintor francês Étienne Terrus, localizado na cidade de Elne, no sul da França, descobriu que mais da metade das obras de seu acervo são falsas e nunca foram pintadas pelo artista, segundo revelou a imprensa do país ontem (28/04).

O escândalo foi descoberto pelo historiador de arte Eric Forcada, que, após reformas no museu francês, começou a suspeitar da veracidade de algumas das pinturas da coleção.

O elemento-chave, segundo a emissora de rádio local France Bleu , foi que alguns desses quadros retratavam edifícios construídos somente após a morte de Terrus, em 1922.

Diante da suspeita, uma comissão de especialistas foi criada para analisar todo o acervo do museu, concluindo mais tarde que 82 das obras – cerca de 60% do total – não poderiam ser atribuídas ao pintor.

A Câmara Municipal de Elne, uma pequena cidade na Catalunha francesa, apresentou uma denúncia por falsificação e estimou que o prejuízo causado pelas obras ilegítimas tenha sido de 160 mil euros.

As pinturas, desenhos e aquarelas foram adquiridos ao longo de duas décadas pelo município para integrarem o museu Terrus, dedicado ao artista que nasceu e morreu na cidade.

“Eu me coloco no lugar dos visitantes que pagaram pelo ingresso e viram obras falsas. É inaceitável”, declarou o prefeito de Elne, Yves Barniol. A entrada no museu custa 3 euros. Segundo a rádio France Bleu, a investigação aberta pelas autoridades francesas contra o tráfico de obras de arte inclui outros artistas, e o prejuízo pode se estender por toda a região.

Étienne Terrus nasceu em 1857 e morreu em 1922 em Elne, embora tenha vivido maior parte da vida em Roussillon, também no departamento francês dos Pirineus Orientais. Amigo próximo do pintor Henri Matisse, seus pincéis costumam retratar as paisagens da região.

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