Jair, o artista das cores, mostra sua carreira em telas e instalações

Quando conheci Jair Jacqmont ele já era um artista reconhecido, mas agia como se fosse um simples servidor da Secertaria de Cultura do Amazonas. Aprendi, com o tempo de convivência com ele, que humildade e discrição são as principais características de Jair. A tal ponto que sua mostra “Retrospectiva 2019”, com obras de toda a sua carreira, revelam surpresas mesmo para quem acompanha seu trabalho.

São duas salas com mais de 100 obras, entre telas e instalações. Fora delas, logo na entrada do Palacete Provincial, onde está a mostra, ripas de madeira ganham forma e contornos de obra de arte. “Essas instalações são fruto da desconstrução das antigas casas de madeira de Manaus. A proposta foi mostrar essa memória em transformação”, explica o artista plástico Jair Jacqmont, que levou para um passeio por sua exposição.

No andar térreo, a primeira sala reúne o impressionante painel que retrata a floresta amazônica, todo em acrílico sobe tela, com mais de 15 metros de extensão. Além de trabalhos como o altar desenhado por ele para a vinda do então Papa João Paulo II, nos anos 80, em Manaus. E a bela obra Nossa Senhora da Amazônia.

 

“Sou um artista regional mesmo, muito ligado às minhas raízes”, revela.

No andar superior do Palacete, mais uma sala, nesta uma linha do tempo mostra desde o início da carreira do artista, que passou pelo concretismo, até os dias atuais. São desenhos, pinturas em óleo e acrílico sobre tela, colagem, instalações e a série de Arlequins em aquarela que encantam qualquer espectador.

“Amo cor, amo o Carnaval”, avisa. Mas nem precisava. Quem visita a mostra confirma que Jair Jacqmont é um artista de muitas cores e várias facetas.  Cor, aliás, está no seu DNA.

Jair nasceu em Manaus, filho de uma mãe que amava a pintura. Foi por incentivo dela, que desenhava mapas para que o filho colorisse, que ele descobriu o gosto pela arte. Aos 12 anos de idade já desenhava e pintava. Ainda estava no ensino médio quando fez os primeiros quadros para expor no Clube da Madrugada, movimento cultural e artístico da década de 60 que sacudiu a capital amazonense.

“Eu cheguei a estudar engenharia, mas desisti. Queria mesmo pintar e fui para o Rio de Janeiro estudar arte”, conta Jair. Então os pais desistiram de insistir e pararam para aplaudir o filho que se tornou um artista reconhecido e que, como poucos, vive de fazer e trabalhar com arte e cultura.

A exposição “Restrospectiva 2019” fica em exibição até o dia 31 de julho, no Palacete Provincial (Centro de Manaus), com entrada gratuita.

 

 

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