Greve dos Correios começa nesta terça-feira

Trabalhadores e trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos em todo o Brasil aprovaram a deflagração da greve nacional da categoria, com início à 0h00 desta terça-feira (18).

“A greve é uma resposta ao descaso da direção dos Correios, comandada pelo general Floriano Peixoto, que se nega a abrir qualquer processo de negociação com os trabalhadores”, acusa o Coordenador Geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect-CUT), José Rivaldo da Silva.

Os trabalhadores reivindicam a manutenção de direitos conquistados em acordos coletivos há mais de 30 anos, que vêm sendo atacados pela direção, sob a alegação de que representam risco para a economia pública. Desde o dia 1° de agosto, já foram cortadas 70 das 79 cláusulas do atual acordo, como o fim dos tickets pagos em férias de trabalhadores, fim do anuênio e fim do pagamento de 30% de adicional de risco.

José Rivaldo lamenta que, em plena pandemia do novo coronavírus, a direção da empresa tome atitudes dessa natureza contra os trabalhadores e sequer aceite um processo de negociação.

De acordo com o dirigente, tentativas de abrir uma mesa de negociação com os Correios não faltaram, mas o “silêncio” foi a única resposta da direção da estatal.

“Nós tentamos de várias formas. Até via carta. Tentamos também conversar com o ministro das Comunicações [Fábio Faria] e com parlamentares ligados ao ministro, mas ninguém responde, ninguém nos recebe”, diz o Coordenador- Geral da Fentect.

Por isso, afirma, “a greve é o único caminho possível para a luta dos trabalhadores e a expectativa é de que seja aprovada nas assembleias e de que seja uma greve forte”.

Segurança no trabalho
A falta de condições sanitárias nas agências dos Correios em todo o Brasil é apontada como fator de grave risco à segurança e a saúde dos trabalhadores e de suas famílias. A Fentect denuncia que os Correios, desde o início da crise sanitária, não cumprem as recomendações de medidas mínimas de segurança à saúde do trabalhador.

Em muitas agências, de acordo com levantamento da entidade, ainda não há equipamentos adequados, sabonete líquido para uso dos funcionários, desinfecção dos ambientes e álcool em gel.

A Federação e seus sindicatos filiados inclusive já tiveram que procurar os meios judiciais para garantir um mínimo de condições para não expor funcionários e clientes aos riscos de contaminação pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

Em nota, a Fentect considera má-fé e negligência da empresa para com os trabalhadores, que resultam em um crescente número de casos de infectados e óbitos dentro da categoria.

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