“Com certeza teremos um pico de mortes que será o dobro do que já tivemos”, diz cientista sobre AM

A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) realiza hoje (8), às 10h, uma Audiência Pública Virtual para ouvir a comunidade científica sobre o retorno das atividades presenciais durante o fim da quarentena e pico da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Estado.

A audiência será transmitida pelas redes sociais da Assembleia Legislativa do Amazonas a partir das 10h.

Para o professor e cientista Lucas Ferrante, a reabertura representa um novo risco e vai forçar Manaus a fechar de uma maneira muito mais severa e por muito mais tempo do que se medidas de isolamento social fossem continuadas agora.

“Como cientista me baseio nos dados e nas nossas análises. A metologia que utilizamos é muito confiável, então, me sinto bem seguro e afirmar o que vai acontecer: Nós com certeza teremos um pico de mortes que será o dobro do que já tivemos, e isso sendo cauteloso e se baseando no cenário mais otimista. Nós temos um delay (sinal atrasado) em relação ao afrouxamento do isolamento e as mortes, que são de 19 dias. Nós já vínhamos afrouxando o isolamento e o número de impactados já estava subindo. No final de semana nos bairros muita coisa já estava aberta, incluindo igrejas e ninguém seguiu as recomendações. Em 20 dias teremos outro caos e no mês que vem isso vai explodir com força. Um novo colapso de saúde e com toda certeza muito maior. Nós tínhamos apenas de 10% a 15% no máximo de pessoas infectadas em Manaus, e já foi suficiente para o colapso de saúde. Agora teremos que lidar com o dobro ou o triplo disso, mais os casos do interior”, explicou Ferrante.

Estudos
Dados da Universidade Johns Hopkins revelam que, nos cinco países com mais vítimas pela doença (Estados Unidos, Reino Unido, Itália, França e Espanha), os governos vão esperar ou esperaram, em média, 44 dias para autorizar o relaxamento da quarentena.

Segundo o estudo, a maioria dos países tiveram o pico de coronavírus entre 21 de março a 10 de abril, no entanto, somente nas semanas seguintes foi autorizada a abertura de igrejas, academias e salões de beleza. Restaurantes e bares foram reabertos, mas só poderão voltar a servir nas mesas na quinzena de junho.

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