CEO da General Eletric na América Latina é preso por fraude
Daurio Speranzini Jr., o CEO da General Eletric para a América Latina, foi preso nesta quarta-feira pela por suspeita de fraude. As autoridades revistaram a sede da Philips no Brasil para desmantelar um cartel que fraudava contratos na área da saúde. Esse caso faz parte das operações feitas pela Operação Lava Jato, que investiga há mais de quatro anos desvios da Petrobras a políticos e empresários.
As prisões e revistas ocorreram durante uma operação feita pela Polícia Federal para desarticular a organização que fraudava em licitações para fornecer equipamentos médicos e materiais hospitalares na cidade do Rio de Janeiro. No total, foram decretadas 22 ordens de prisão preventiva e temporária e mais de 40 revistas nos Estados do Rio de Janeiro; São Paulo (na cidade de Barueri); Paraíba, Minas Gerais e no Distrito Federal, em Brasília.
Entre os presos se encontra Speranzini, o principal executivo da General Eletric para a América Latina. Sua prisão, entretanto, se deve a fatos ocorridos no período em que ocupou o cargo de executivo-chefe da Philips Medical no Brasil. O executivo “continuou realizando licitações fraudulentas” com a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro após assumir como diretor no grupo norte-americano, de acordo com a Promotoria.
O Ministério Público afirma que a empresa Oscar Iskin, de propriedade de Miguel Iskin, se encontra no centro da trama. Ela, supostamente, agia como líder do cartel formado por 33 empresas, algumas das quais eram empresas de fachada. O núcleo operacional da rede era “formado por funcionários de confiança de Iskin” que colocavam em contato a Administração Pública com o cartel “para dirigir as demandas públicas” da área da saúde e licitações por meio de leilões manipulados.
As autoridades também prenderam um colaborador da equipe de vendas da Philips, como afirmou a empresa holandesa em um comunicado. A Polícia também investiga dois executivos da Dixtal Biomédica, empresa que foi comprada pela Philips no Brasil. Paralelamente, a Justiça brasileira também congelou bens dos investigados no valor de 300 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais).
A Philips informou que não teve acesso ao processo judicial ainda que tenha mostrado disposição para colaborar com as autoridades e disse que a operação não atingiu os atuais diretores da empresa, limitando-se somente ao colaborador mencionado.
Outra grande multinacional envolvida no caso é a norte-americana Johnson & Johnson. A Promotoria pediu para realizar uma revista em seus escritórios, mas foi negada pela Justiça, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo.