Após passear no Manauara Shopping sem máscara, Pazuello foge da CPI do Genocídio

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello demonstrou nervosismo durante o treinamento com assessores do Palácio do Planalto antes de falar na CPI da Covid. O militar cancelou o seu depoimento, marcado para esta quarta-feira (5), alegando ter tido contato com pessoas suspeitas de Covid-19.

A preparação do ex-titular da pasta durou cerca de seis horas, das 14h às 20h, e envolveu uma simulação de confronto com parlamentares, com perguntas espinhosas. Interlocutores do governo disseram que o general está “muito nervoso”.

De acordo com informações publicadas pelo jornal O Globo, uma das principais preocupações do governo é com o temperamento explosivo do general. Pazuello, que chegou a ser contaminado pelo coronavírus, mas se recuperou, assistiu a uma série de vídeos de momentos em que demonstrou irritação em público durante coletivas de imprensa e em audiências no Congresso Nacional.

Membros da atual gestão ficaram preocupados com a declaração do general, que, ao passar o cargo para Marcelo Queiroga, relatou ao atual ministro pedidos de “um píxulé” (dinheiro) feito por parlamentares no final de 2020. Pazuello afirmou que uma “carreata de gente pedindo dinheiro politicamente” teria batido às portas do ministério no fim de 2020. Um dos objetivos da CPI seria revelar quem pediu dinheiro. A posição do militar poderia contrariar o discurso de Jair Bolsonaro de que no seu governo não há caso de corrupção.

Outro preocupação do Planalto é que senadores oposicionistas da CPI da Covid explorem a gravação de Pazuello, quando o ex-ministro disse que “um manda e outro obedece”. O governo pretende afastar de Bolsonaro as acusações de irregularidades no gerenciamento da maior crise sanitária brasileira. Somente quatro dos 11 titulares da CPI são da base governista.

Em sua defesa, Pazuello pretende citar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que garantiu autonomia a estados e a municípios para tomarem medidas relacionadas ao enfrentamento da Covid-19, um argumento citado Bolsonaro para se eximir da responsabilidade da crise provocada pela pandemia.

FONTE: Brasil 247

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