Estudo CovacManaus contará com corpo técnico formado por pesquisadores e universitários do AM
O estudo CovacManaus, voltado para a antecipação da vacinação contra a Covid-19, em servidores de 18 a 49 anos, nas áreas de educação e segurança de Manaus, contará com um corpo técnico de aproximadamente 200 pessoas envolvidas, entre pesquisadores, professores, universitários e voluntários do Amazonas. O grupo terá a missão de alcançar um público de 10 mil trabalhadores da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), Secretaria de Educação e Desporto e Universidade do Estado do Amazonas (UEA), efetivos em Manaus, para integrar a pesquisa em torno do imunizante CoronaVac. Destes, cinco mil receberão duas doses do imunizante e outros cinco mil serão acompanhados por sorologia.
O coordenador da pesquisa CovacManaus, o médico infectologista da FMT-HVD e especialista em saúde da Fiocruz, Marcus Lacerda, destacou que o grupo responsável se divide em atividades como organização, triagem, orientação do público, coletas e aplicação das vacinas nos trabalhadores.
“É importante porque essas pessoas estão recebendo treinamento em pesquisa com uma doença que está tão na ‘moda’, e, portanto, estão aprendendo a fazer pesquisa em meio a um projeto que acaba vacinando cinco mil pessoas também. Então é uma satisfação muito grande, além de um grande aprendizado, de fazer uma operação tão grande como essa aqui na Escola Normal Superior”, reforçou.
Finalista residente do curso de Enfermagem da UEA, o universitário Emerson Garajau, 28, foi um dos convocados para participar do estudo. Responsável por aplicar as vacinas nos trabalhadores elencados pelo CovacManaus, ele exaltou a importância da pesquisa para todo o corpo técnico envolvido.
“É muito gratificante tanto para minha profissão quanto para o meu pessoal. Acredito que todos tenham algum parente, alguém próximo que tenha perdido durante essa pandemia, e estar fazendo parte desse programa, ajudando as pessoas, está sendo de extrema gratificação, fazer parte dessa equipe de pesquisadores, de poder fazer parte da esperança das pessoas que estão sendo vacinadas”, disse Emerson.
A pesquisadora da FMT e professora da UEA, Gisely Melo, considerou o estudo sobre a efetividade da CoronaVac como um guia para as equipes em ações futuras. “É muito importante essa participação porque o nosso grupo de pesquisa está sempre preparado para quando acontecerem novas doenças ou problemas de saúde para a população, que possamos estar preparados para poder estudar esse problema, responder essas perguntas importantes da doença que está predominando no momento”.
Pesquisa – O lançamento da pesquisa ocorreu nesta quinta-feira (18/03) com transmissão nas redes sociais, reunindo representantes da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Fiocruz. Os procedimentos de vacinação começaram hoje mesmo na Escola Normal Superior, da UEA, e vão até abril. O estudo sobre os impactos da vacina neste grupo deve durar um ano.
A pesquisa, batizada de CovacManaus, visa identificar se a aplicação da CoronaVac em pessoas com comorbidades terá impacto na prevenção de formas mais graves da doença, em Manaus, onde predomina a variante P.1 do vírus. Aqueles que não possuem comorbidades também poderão participar da pesquisa por meio da sorologia.
Doses – O Governo do Amazonas recebeu, na manhã de quarta-feira (17/03), 10 mil doses da vacina CoronaVac para uso na pesquisa CovacManaus. As doses serão aplicadas em duas fases, alcançando 5 mil pessoas com comorbidades. O Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), investiu R$ 2 milhões na pesquisa.
FOTO: Arthus Castro / Secom