Um pulo em Novo Airão, principal pólo turístico do Amazonas

O Amazonas é mesmo um Estado de dimensões continentais. E, talvez por isso mesmo, suas belezas surpreendam mesmo que vive nele. Abriga nada menos que os dois maiores arquipélagos fluviais do mundo, o de Mariuá e o de Anavilhanas. E é por causa desse segundo que o município de Novo Airão (a 195,3 quilômetros de Manaus, pelas rodovias AM-010 e AM-352), onde ele está situado, vem experimentando nos últimos cinco anos um boom no turismo.

De acordo com a Secretaria de Turismo do município, nesse período Novo Airão passou de 7 para 17 unidades hoteleiras, entre hotéis de luxo e pousadas. Bares e restaurantes são mais de 15 e empresas de passeios turísticos são 11. Lá estão dois dos mais badalados lodges de selva do Amazonas: o Mirante do Gavião que já foi citado na Condé Nast Traveller e na Vogue, por exemplo. E o Anavilhanas Lodge, que integra o Roteiros de Charme e o SUL Hotels.

Na entrada da cidade já se percebe que trata-se de uma cidade pronta para receber o turista: Posto de Informações, pontos turísticos todos sinalizados e gente hospitaleira, disposta dar dicas de como chegar em qualquer lugar de visitação. “Aqui todo mundo sabe a importância do turismo para a cidade e para os moradores daqui, então todos procuram ajudar quem chega de alguma forma”, explica o guia de Turismo, Auxiliardo Horta, nascido e criado em Novo Airão.

De nado no Rio Negro, passeios pelos igapós do Arquipélago de Anavilhanas até visita ao projeto social da Fundação Almerinda Malaquias, um fim de semana de três dias pode ser pouco para a cidade. Aproveite momentos de relax às margens do rio, apreciando o pôr-do-sol laranja avermelhado desse pedaço da Amazônia.

 

Dia 1:

Antes de tudo, escolha um bom e aconchegante hotel ou pousada. Minha dica é o Mirante do Gavião, pela qualidade impecável dos serviços, da comida e dos colaboradores.

E então acorde cedo e ouça o canto das dezenas de pássaros que fazem festa no céu a partir das 5h. Se delicie com o farto e variado café da manhã, que tem pães e geleias com sabores regionais caseiros, para dizer pouco. Depois embarque num passeio pelo rio Negro, de voadeira, pare em uma comunidade ribeirinha, prove do peixe fresco assado na brasa e aprecia a floresta amazônica ainda intacta. É tudo tão imenso que parece nos engolir. Se a época for outubro, você verá praias de areias alvas, surgindo no rio.

Fim de tarde, aproveite o píer do hotel e jante no restaurante com menu assinado pela chef queridinha do Amazonas, Débora Shornik. Você vai ver que com lua ou sem lua, as noites na floresta revelam um outro mundo. Se ainda quiser, tem tempo para após o jantar sair de barco e, com lanterna na mão, focar jacarés nos igapós do Anavilhanas.

Dia 2:

Desperte com calma, o dia pode ser para percorrer, de mansinho e de canoa, o labirinto de igapós do Arquipélago de Anavilhanas. Navega-se de barco motorizado até bem próximo e depois troca-se por uma canoa, a remo, com um guia que pede sempre silêncio. E a dica é preciosa: quanto menos barulho mais você se conecta com a floresta e mais animais surgem: são sauins, bichos-preguiça, pássaros diversos e até pirarucus enormes. Mágico é vira adjetivo pequeno diante dessa experiência.

A tarde aproveite para jogar-se numa long chaise ou refrescar-se nas águas do rio Negro ou da piscina do hotel. O calor é sempre na casa acima dos 30 graus C e você desejar um refresco. À noite, o Saloon Ajuricaba (@saloonajuricaba), charmoso e bem frequentado, é uma boa opção para petiscar, ver gente e ser visto.

 

Dia 3:

Fim de viagem chegando e a dica é pela manhã conhecer o belo trabalho desenvolvido na Fundação Almerinda Malaquias, que aproveitou o pólo naval desativado e deu cursos e novas carreiras para carpinteiros e marceneiros, jovens e já maduros, de ambos os sexos, que hoje vivem de vender objetos de decoração e móveis em marchetaria para turistas e para os hotéis da cidade.

Além disso, a Fundação ministra aulas de educação ambiental e empreendedorismo para crianças e adolescentes da cidade de pouco mais de quase 16 mil habitantes. Ali encontra-se peças lindas para presentear e decorar casa. E hoje, até sabonetes com aromas da Amazônia estão sendo fabricados por eles. Quase impossível sair sem nada na mão.

Depois almoce no Bar e Restaurante Flor do Luar: um flutuante, em pleno rio Negro, de cara para o Anavilhanas, que é um caso de amor à parte. Som da melhor qualidade e tão baixo que não interfere em nada, comida regional delicioso, com o tambaqui na brasa, e ainda um mi-píer para quem desejar entrar na água. E termine o dia por ali, dando um até logo a Novo Airãol!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *