Tempo é fator determinante aos pacientes com AVC
Os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) ainda são a segunda causa de morte no mundo, de acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Do total de pacientes que sobrevivem após serem acometidos do problema, apenas 20% voltam a realizar suas atividades normais e dados apontam que somente 1% desses pacientes tem o tratamento adequado logo após o aparecimento dos primeiros sintomas.
Apesar do alto índice de óbitos, pelo menos 90% dos fatores de risco podem ser eliminados com remédios, mudança nos hábitos alimentares e prática de exercícios. Dentre os principais comportamentos e doenças que levam à possibilidade de um AVC estão a pressão alta, diabetes, colesterol elevado, obesidade, sedentarismo, arritimias cardíacas, estresse e tabagismo.
De acordo com a médica neurologista clínica do Hospital Santa Júlia, Drielle Sales, é de suma importância estar atento a esses fatores e fazer acompanhamento médico para evitar o AVC, mas caso o pior aconteça, deve-se perceber os primeiros sinais do problema, visto que o tempo é determinante para a melhora do paciente. Segundo a especialista, o paciente precisa ter um atendimento preciso na fase aguda e a medicação que dissolve o coágulo precisa ser realizada até quatro horas e meia após o início dos sintomas.
Dentre os principais sintomas da doença estão fraqueza ou dormência em uma área do corpo, alteração na fala, perda de equilíbrio, alteração na visão, dor de cabeça súbita e intensa e sonolência excessiva.
“Cada minuto faz diferença na vida deste paciente, pois os neurônios cerebrais morrem muito rápido, aumentando as chances de morte e sequela. Para ter sucesso na reversão do problema, o tratamento depende de uma equipe de neurologistas treinados e tecnicamente preparados para esse tipo de problema”, explicou a médica.
Para diminuir o número de mortes por AVC em Manaus, o Hospital Santa Júlia está trazendo para Manaus um protocolo especial de atendimento. Trata-se do “Protocolo de AVC”, que é uma série de procedimentos sistematizados, com triagem direcionada, desde a entrada na emergência do hospital, passando por atendimento especializado de neurologia e neurocirurgia, podendo ser submetido a procedimento de neuro-intervenção e internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O procedimento aumenta significativamente a chance de recuperação do paciente e minimiza a possibilidade de sequelas.
O processo começará em breve, junto com a inauguração da nova Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, que passa a oferecer 30 leitos, sendo cinco exclusivos para pacientes de AVC.