Sindipetro-AM entra com recurso contra a venda da Reman
O Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) entrou com recurso contra a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), também conhecida como Refinaria de Manaus, solicitando ao Conselho Administrativo de Defesa da Ordem Econômica (CADE) que a privatização da Reman ao grupo Atem seja paralisada.
O recurso apresentado alerta sobre o risco de monopólio regional privado e está baseado em estudos realizados pelo braço técnico dos petroleiros, o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) e pela PUC-Rio sobre as consequências das vendas das refinarias do Sistema Petrobrás. Segundo os estudos, a venda da Refinaria agrava com a falta de infraestrutura no setor, restringindo o mercado e impossibilitando a competitividade do setor no Amazonas.
Além do monopólio regional privado, o Sindipetro-AM alerta para os riscos de desabastecimento e falta de competitividade com as demais empresas do setor no estado. Com a compra da refinaria e terminal, o setor privado ficará limitado à troca de agente econômico, sem benefícios de aumento de competitividade na comercialização de óleo diesel e gasolina nesse mercado.
O Sindipetro-AM destaca também que a Reman, única refinaria da região norte, atende ao mercado das distribuidoras locais de combustíveis. Com a venda, as distribuidoras irão ser prejudicadas concorrencialmente, havendo um benefício próprio maior em relação às demais.
RLAM – exemplo contra a privatização
Entre as oito refinarias do Sistema Petrobrás, a Reman é a segunda a ter a venda anunciada. A Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, foi a primeira a ser vendida no Brasil, em dezembro de 2021. E como alertado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindipetros filiados, houve a formação do monopólio regional privado, o povo baiano paga uma das gasolinas mais caras do nordeste e fica refém dos constantes aumentos de preços anunciados pela empresa privada, e o mercado local foi impactado com o desabastecimento de óleo diesel no estado.