Primeiro-ministro do Haiti renuncia em meio à crise de combustível
A crise no país teve início no último fim de semana, com violentos protestos por causa da tentativa de aumento do preço dos combustíveis
Agora ex-primeiro-ministro, Jack Guy Lafotant foi alvo de críticas por acordo feito com o FMI sobre combustíveis
O primeiro-ministro do Haiti, Jack Guy Lafontant, renunciou ao cargo neste sábado (14) durante sessão da Câmara dos Deputados. A decisão do premiê acontece em meio aos protestos da população contra o preço do combustível no país, que tiveram início na semana passada.
Logo depois do pronunciamento do primeiro-ministro do Haiti , o presidente do Parlamento, Gary Bodeau, pediu para que o presidente do país, Jovenel Moise, indique o nome do novo premiê, ainda requerendo que esteja “de acordo com os desejos da população”. Inclusive, antes da reunião na Câmara, Bodeau havia expressado o desejo de que Lafontant renunciasse “pelo bem do país”, durante entrevista à Agência EFE .
A crise no país teve início no último fim de semana, com violentos protestos por causa do aumento do preço dos combustíveis. O reajuste foi cancelado pelo governo, então, em consequência da pressão feita pela sociedade civil.
Voto de confiança ao primeiro-ministro do Haiti
Hoje aconteceu uma audiência para que fosse discutido o destino do governo de Lafontant e o possível voto de confiança que seria dado a ele. Em torno da Câmara dos Deputados, na cidade de Porto Príncipe, foi montado um forte esquema de segurança.
Contudo, o premiê não compareceu à sessão, o que fez com que setores da oposição e do empresariado começassem a pedir pela renúncia.
Na última sexta-feira, o governo anunciou que realizaria reajustes de 37% e 50% nos preços dos combustíveis, mas a alta de itens como o querosene – muito utilizado pela população mais pobre do país para iluminação de casas – provocou uma onda de manifestações. Várias pessoas morreram durante os protestos violentos.
Por causa da gravidade da crise, o governo haitiano decidiu cancelar o reajuste, até então confirmado e acertado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que exigira a retirada do subsídio sobre os combustíveis de maneira gradual, já que a organização considera que esse tipo de auxílio só ajuda pessoas mais ricas de modo desproporcional. O porta-voz do FMI, Gerry Rice, chegou a dizer que o fim desses subsídios “liberaria dinheiro para que o governo do Haiti financiasse projetos em benefício dos mais desfavorecidos”.
Em meio à tensão, o país agora aguarda a nomeação do novo primeiro-ministro do Haiti .
*Com informações da Agência Brasil