Pesquisa amazonense sobre alimentação de tambaquis é destaque internacional na ONU
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) selecionou dois artigos científicos do professor do Programa de Pós-graduação em Aquicultura da Universidade Nilton Lins, Rodrigo Gimbo, sobre pesquisas e processos para melhoria da alimentação do tambaqui no Amazonas, para publicar na edição anual de sua revista prevista para dezembro.
Gimbo é o único pesquisador brasileiro selecionado pela agência da ONU, sediada em Roma (Itália) e que lidera esforços para a erradicação da fome e combate à pobreza em todo o planeta, para integrar seu anuário ao lado dos trabalhos europeus, da América do Norte e da Ásia.
De acordo com o professor, os artigos são resultantes das pesquisas nos laboratórios da Universidade visando aumentar a produtividade do tambaqui (espécie com maior demanda comercial) nos criadouros locais, a partir do uso e aplicação do pólen e do própolis produzido pelas abelhas sem ferrão da região amazônica como aditivos na alimentação dos peixes.
Ainda segundo Gimbo, as pesquisas realizadas por ele e os alunos do curso indicaram que os tambaquis que utilizaram a nova ração apresentaram melhorias significantes no crescimento, na saúde dos peixes e também na qualidade da carne.
“Isso representa menos uso de antibióticos e outros insumos artificiais, o que representa benefícios diretos para toda a sociedade, uma vez que irá afetar positivamente a qualidade do produto consumido pelas pessoas”, afirmou o professor ao acrescentar que economicamente, a pesquisa representa redução de custos para os grandes e pequenos produtores do estado e o aumento da produtividade, pois os animais são mais saudáveis e menos suscetíveis a perdas.
A reitora da Universidade Nilton Lins, Gisélle Lins Maranhão, destaca que o Programa de Mestrado e Doutorado em Aquicultura desenvolvido pela instituição já formou mais de 100 profissionais altamente qualificados na área e que o reconhecimento da pesquisa em nível internacional representa uma conquista para a Universidade e também para todo o setor educacional e científico do Amazonas.
“É um importante indicador que estamos cumprindo a missão de educar a Amazônia a partir da construção de uma sociedade melhor, sustentável e com base na difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e das pesquisas científicas e tecnológicas geradas na instituição”, ressaltou a reitora.
A pró-reitora de pesquisa e pós-graduação da Universidade, Cleuciliz Santana, acrescenta ainda, que o desenvolvimento de pesquisas aplicadas e voltadas para a resolução de problemas da cadeia produtiva da aquicultura amazônica é o diferencial do programa de pós-graduação, realizado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).