Perto de quebrar Argentina, neoliberal Macri aumenta juros para 40%
Governo Macri está naufragando na Argentina e lançando o país numa crise brutal, no que parece ser uma antecipação do que aguarda o Brasil sob o governo Temer. Voo curto como o da galinha para os governos neoliberais na América Latina. Ontem, o Banco Central argentino havia elevado a taxa de juros para 33,25% ao ano. Hoje (4), elevou de novo para 40%. Segundo reportagem do Valor Econômico, o risco cambial assombra a Argentina, “o peso é a moeda que mais perdeu valor frente ao dólar neste ano, 16,6%, e em 12 meses, 31,57%.”
Uma das “bíblias” das publicações neoliberais globais, a revista norte-americana Forbes, afirma que aos investidores “parece ter chegado a hora de sair da Argentina. Leia aqui.
O presidente Mauricio Macri chegou à presidência da Argentina em 2015 saudado por toda a direita e o mercado financeiro na América Latina e no mundo como “exemplo de competência”. A imprensa conservadora e os analistas econômicos neoliberais no Brasil usaram Macri, oriundo do setor privado, como contraponto ao que apontavam como “fracasso dos governos do PT”. O sonho neoliberal durou dois anos.
O clima no país começa a beirar o pânico, com inflação alta, economia parada, juros em disparada, pobreza disseminada e, agora, crise cambial, que são os fantasmas dos anos 1980 e 1990. Escreveu o Valor:
“A forte desvalorização do peso fez muitos argentinos voltarem ao passado, quando não tinham nenhuma confiança em sua moeda e, por isso, compravam dólares e realizavam operações com a moeda americana. O momento ainda não é comparável ao das últimas décadas do século XX, mas recentemente poupadores procuraram converter depósitos em pesos para dólares a fim de driblar a depreciação da moeda local.
Para tentar conter a queda do peso, ontem o banco central da Argentina elevou a taxa de juros para 33,25% ao ano. Em seis dias, a taxa aumentou seis pontos percentuais. Ainda assim, a moeda argentina continuou perdendo valor. No mercado, a expectativa é que haja nova alta dos juros em breve.
‘Há uma paranoia natural de que a moeda vai sair do controle em algum momento’, disse ontem Walter Stoeppelwerth, diretor do Balanz Capital, um banco de investimentos de Buenos Aires, citado pelo Financial Times. ‘Os argentinos são mais sensíveis ao risco cambial do que em qualquer outra nação da região, com exceção talvez da Venezuela’.”
Brasil 247