Mulher de Dória depõe sobre dinheiro público para padre Marcelo
A ex-primeira-dama de São Paulo, Bia Doria, depôs nesta quarta-feira (11) em inquérito que apura o uso de recursos públicos na iluminação do santuário Theotokos, do padre Marcelo Rossi.
Ela foi convocada pelo Ministério Público, que também chamou um representante do santuário para falar. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.A investigação envolvendo Bia Doria acontece em torno do suposto pagamento de obras e reformas do santuário, em 2017, feitas pelo departamento de iluminação da Prefeitura de São Paulo, a Ilume. Isso porque foi descoberto um e-mail em que a ex-diretora da Ilume, Denise Abreu, nomeada pelo então prefeito João Doria (PSDB), agora candidato ao governo do estado, citou o Theotokos como obra para ser vistoriada.
A referência levantou suspeita de corrupção, uma vez que o santuário não é um prédio público e, portanto, não deveria receber os serviços do departamento.
Alguns áudios entregues para a investigação do Ministério Público ainda revelam que Abreu pediu para que houvesse a troca das luminárias do santuário e do palco onde são celebradas a missa.
O caso envolvendo a mulher de Doria faz parte de um investigação maior, que apura se funcionários da Ilume receberam propina na licitação da parceria público-privada (PPP) para a melhoria da luz da cidade, avaliada em R$ 7 bilhões, a maior PPP do mundo na área de iluminação pública.
O consórcio FM Rodrigues venceu a licitação – e seria o “grupo preferido” da diretora da Ilume. Em depoimento, a ex-secretária da empresa disse que Abreu foi à igreja na companhia de Bia – e, inclusive, mostrou uma foto das duas em companhia do padre Marcelo Rossi .
O MP não sabe se a ex-primeira-dama participou do serviço de troca de lâmpadas do local, mas trabalha com duas hipóteses: a de que Denise Abreu queria agradar Bia e mandou a Ilume fazer o serviço; a de que a mulher de Bia Doria , que é seguidora do padre, teria pedido o favor à prefeitura de maneira ativa.