Lula: “Bolsonaro e empresários parecem não se importar com 341 mil mortos”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “puxa-sacos” os empresários que jantaram com Jair Bolsonaro na noite de quarta-feira (7). No banquete, Bolsonaro atacou mais uma vez as medidas de restrição adotadas por governadores e prefeitos para conter a pandemia.
Ele voltou a defender o uso de medicamentos sem eficácia comprovada. Apesar dos seguidos recordes de mortes registrados na última semana, evitaram críticas ao presidente. Em vez disso, ele foi aplaudido.
“341 mil mortos é um número absurdo. Poucas guerras no mundo mataram tanta gente. E esse deveria ter sido o assunto do jantar que o Bolsonaro teve ontem com empresários. Mas eles parecem não se importar”, disse Lula em entrevista ao vivo ao Diário do Centro do Mundo, nesta quinta (8).
Ele acrescentou que para esses empresários, tanto faz “se morrer uma ou mil pessoas”. E lamentou que, desse encontro, “não saiu uma discussão madura de um governo que deveria estar preocupado com o povo brasileiro”. Também afirmou que o empresário Washington Cinel, dono da companhia de segurança Gocil e anfitrião do banquete, “deve ser o maior comprador de armas dos decretos do Bolsonaro”.
O ex-presidente atacou a resistência ao seu nome em determinadas parcelas do empresariado. “Vejo no jornal que o mercado está preocupado com a volta do Lula. O mercado especulador tem que ficar mesmo. Porque vamos cuidar de outro mercado. Aquele do estômago, da saúde, educação, inclusão social. Quanto melhor estiver a sociedade, melhor vai estar o mercado”, declarou.
Desesperança e incerteza
Lula afirmou que o governo não transmite nenhum “sinal de esperança”. “Bolsonaro continua falando bobagem. Não tem o menor respeito, a menor solidariedade e estimula as pessoas ao redor dele a não terem”, criticou o ex-presidente.
O petista destacou que, atualmente, o brasileiro acorda e dorme em meio a incertezas. “Ontem vi uma matéria mostrando as pessoas cozinhando com lenha porque não conseguem comprar gás. O Brasil não merece isso. Não merece andar pra trás”, ressaltou.
“Os jovens hoje não tem perspectiva. E uma parte da sociedade está normalizando isso. Nós temos que saber que a única luta que a gente perde é a que a gente não participa. Temos que fazer um chamado para que as pessoas acreditem que é possível. Nós já provamos que é”, reagiu.
FONTE: Brasil de Fato