Ex-gerente diz que OAS pagou milhões por delações na Lava Jato
Adriano Quadros de Andrade, ex-gerente administrativo da construtora OAS, alegou em uma ação trabalhista, julgada na 31ª Vara do Trabalho de São Paulo, ter recebido tratamento discriminatório da empresa por não ter feito parte de acordos no “andar de cima” da empreiteira.
Segundo ele, os executivos da empreiteira que fizeram a chamada delação premiada receberam R$ 6 milhões para “ajustar os depoimentos aos interesses” da OAS.
Como ele não participou dessas negociações, mas negociou sozinho com o Ministério Público, afirmou ter recebido apenas metade do valor, além de sofrer represálias e ser “jogado à própria sorte”. As informações são do site Consultor Jurídico.
A delação do empresário Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, é uma das principais peças de acusação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato. A defesa de Lula alega que o empresário não apresentou provas na delação. Mais do que isso, ele mudou a versão de seu depoimento para implicar o petista no caso.
Na questão trabalhista que motivou a ação, Andrade contou que foi demitido sem receber o adicional de 40% de FGTS e outros “amparos financeiros”, e teve de pagar multa de R$ 150 mil, reajustada depois para R$ 250 mil.
Ainda segundo a reportagem do Consultor Jurídico, o ex-diretor da OAS Mateus Coutinho de Sá corroborou a denúncia de Andrade, dizendo em seu depoimento que todos os executivos que negociaram suas delações no “andar de cima” receberam doações simuladas de R$ 6 milhões.
Condenado a 11 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro devido a “prova robusta” no contexto da participação da OAS no esquema envolvendo a Petrobras, Mateus Coutinho teve a vida destruída pela Lava Jato. Perdeu o emprego, a mulher e o direito de conviver com a filha recém-nascida. As acusações contra ele o implicavam em corrupção, lavagem de dinheiro e de fazer parte de uma organização criminosa.
Posteriormente, em 23 de novembro de 2016, Coutinho foi absolvido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região por falta de provas.
FONTE: Rede Brasil Atual