Delator cita propina para amigo de Temer
Em delação premiada, o operador financeiro Adir Assad afirmou ter repassado, entre 2010 e 2011, de R$ 1,2 milhão a R$ 1,4 milhão em espécie para a Yuny Incorporadora – empresa que tem como sócios Marcos e Marcelo Mariz de Oliveira Yunes, filhos do advogado José Yunes, ex-assessor de Michel Temer.
Assad é apontado como o maior “noteiro” a atuar nos desvios apurados na Operação Lava Jato e em pelo menos outras duas operações: a Monte Carlo e a Saqueador.
De acordo com o Ministério Público Federal, as empresas de fachada do operador firmavam contratos fictícios com grandes empresas. Após ser descontado o percentual cobrado por Assad, o valor dessas notas era transformado em dinheiro em espécie e devolvido à empresa ou a operadores de propina indicados por ela. Os relatos foram publicados no blog do Fausto Macedo.
Assad teve a prisão preventiva decretada quatro vezes desde 2015, foi solto por duas vezes, mas novamente levado à prisão por decisão de Sérgio Moro, em agosto de 2016. Assad foi condenado a 9 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
José Yunes deixou o governo Temer após ter sido citado na delação de Cláudio Mello, da Odebrecht. O executivo disse que parte dos R$ 10 milhões solicitados em reunião no Palácio do Jaburu, da qual o ministro Eliseu Padilha e Temer participaram, teria sido entregue no escritório de Yunes, na capital paulista.
Em nota, a Yuny Incorporadora afirmou que “tanto a empresa como seus representantes nunca tiveram nenhum relacionamento comercial ou pessoal” com Adir Assad. Afirmou ainda que, “para a implementação de seus empreendimentos, conta com a colaboração de dezenas de construtoras e mais de 3.000 fornecedores e outros prestadores de serviço terceirizados, a maior parte indicada pelos próprios contratados”.
O advogado de Assad, Pedro Bueno de Andrade, disse que o seu cliente tem esclarecido às autoridades todos os fatos nos quais esteve envolvido. “Assim, esclarecimentos sobre quaisquer fatos serão prestados por ele à Justiça.”
Fonte: Brasil 247