Deixei meu coração nas Ilhas Virgens, o mais lindo arquipélago do Caribe
No livro de recordações para hóspedes escrevi: “vocês transformam sonhos em realidade”. Não, não estou falando da Disney e seu mundo encantado. Era somente o final de sete dias maravilhosos e inesquecíveis a bordo do Ocean Eyes (@oceaneyesexperience), o veleiro catamarã da Tati e do Alcides, que me levou pelas águas calmas das Ilhas Virgens, no Caribe.
Achei os dois num artigo da revista Náutica, consultei vários sites e decidi embarcar numa viagem de relax e mergulhos submarinos que jamais esqueceria. De tão boa, já fui e voltei duas vezes. E sempre saio revigorada.
As razões? Bem… telefone celular não funciona nada bem e, nesse caso, isso é ótimo! Internet apenas uma vez ao dia. Carros e trânsito, também não tem. Correria para trabalho e demandas de clientes, também não. Pensar no que vai comer e onde, não existe. O que resta, e esta é a melhor parte, é apreciar o mar, dar mergulhos, tomar sol, olhar as estrelas, sentir o vento e aproveitar o silêncio e os cuidados que Tati e Alcides dispensam aos seus hóspedes.
Tatiana Zanardi e Alcides Falanghe, aliás, merecem um capítulo só deles. Dois nerds, bem-sucedidos em suas carreiras, largaram tudo e trocaram um apartamento e a vida em São Paulo por um veleiro. Há sete anos percorrem as ilhas do Mar do Caribe fazendo filmes e fotos de turismo, mergulho e da vida marinha. São aqueles defensores incansáveis da natureza, mas sem a chatice dos ambientalistas radicais. Longe disso!
Hoje oferecem, além de uma enorme bagagem de informações e conhecimentos que adquiriram em muitos estudos e centenas de viagens mundo afora, o serviço de live aboard. Menu personalizado e com direito a vinho e champanhe, cursos que vão do mergulho básico ao de como velejar, suíte com cama king size, tour de ilha em ilha e com paradas nas cidades para compras.
Ao todo, o arquipélago das Ilhas Virgens soma 40 ilhas. Foram o centro da disputa de piratas e depois acabaram sendo base dos Estados Unidos e território ultramar da Grã-Bretanha. E são um dos destinos preferidos de milionários que sobem em seus iates e veleiros para curtir dias de sol e mar.
As maiores delas e mais habitadas ilhas, com lojas de grifes renomadas, muitas joalherias, hotéis e restaurantes são Saint Thomas, onde desembarquei depois de sair de Miami; Saint John e Saint Croix, todas dos Estados Unidos. As outras grandes são Virgem Gorda, Tortola, Anegada, possessão inglesa.
Mergulhar é preciso
Eu preferi curtir ilha a ilha, ponto a ponto de mergulho. E deixei meu coração no The Indians, uma formação rochosa mínima, com três picos que saltam d’água, no meio do mar, mas protegida pelas ilhas. Sem ondas, o The Indians é um jardim submerso, com 15 metros de profundidade, repleto de lindos e coloridos corais, peixes de diversas espécies e passagens que fazem 20 minutos de mergulho passarem como se fossem 15 segundos.
Mais adiante e sem a proteção de ilha alguma está o naufrágio mais clássico das Ilhas Virgens: o Rhone. Com mais de 100 anos submerso, o navio dos correios da Coroa Britânica – que afundou durante um furacão – hoje é refúgio de centenas de corais e abrigo para arraias chitas e manteiga, lagostas gigantes e muitos peixes. Ali, nos seus 27 metros de profundidade o fascínio predomina.
Ainda tem a calmaria do nado com tartarugas na Turtle Bay e na Little Bay, o mergulho para fotos no Kraken, um navio que foi naufragado para virar morada de corais e onde me apaixonei por um baiacu. E a beleza do Pelican Island, com seus muitos corais e toda a vida que passeia por ali.
Ao todo foram sete dias, uns 10 mergulhos, 6 ilhas e ilhotas, e uma coleção de imagens no celular e na memória. Tons de azuis e verdes incríveis num mar translúcido. Tartarugas gigantes, lagostas preguiçosas e peixes e mais peixes coloridos. Além de muitas horas de sol, vento e paz. Como num sonho, o mar e o veleiro eram todos meus.
Como chegar:
– Voos para Saint Thomas saem de Miami e dura 1h30, em média.
– Todo o restante – hospedagem com all inclusive o Ocean Eyes (@oceaneyesexperience), mais os mergulhos e equipamentos eles providenciam e incluem no pacote que é personalizado para cada pessoa ou casal.
– Vá de janeiro a maio, a melhor época nas Ilhas Virgens, sem chuva ou furacões.