Crash de 2020: bolsa tem a maior queda desde 1998
O Ibovespa renovava mínimas na tarde desta segunda-feira, com as ações da Petrobras ampliando as perdas para mais de 30%, após decisões da Arábia Saudita derrubarem os preços do petróleo e adicionarem incertezas a um mercado financeiro já melindrado por preocupações com os reflexos do coronavírus na economia global.
O Ibovespa fechou com queda de 12,17%, a 86.067 pontos, na maior queda percentual desde 10 de setembro de 1998, causada pela moratória da Rússia. Na mínima do pregão, o índice chegou a 85.879 pontos, menor patamar intradia desde 28 de dezembro de 2018, quando o índice chegou a 85.469 pontos. Na máxima, chegou a 97.982 pontos. No ano, o Ibovespa acumula queda de 25,58%.
O dólar comercial fechou em alta de 1,97%, a R$ 4,726 na venda. Este é o maior valor nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real. O dólar subiu forte mesmo após o Banco Central ter feito uma intervenção de US$ 3,465 bilhões no mercado de câmbio.
Por volta de 10:30, a bolsa acionou o circuit breaker, quando o Ibovespa tocou 88.178,33 pontos, uma queda de 10,25%. Os negócios foram paralisados por 30 minutos. O mecanismo será disparado novamente se o Ibovespa cair 15%.
A última vez que o circuit breaker foi acionado foi em 18 de maio de 2017, no que ficou conhecido no mercado como “Joesley Day”, após vir a público gravação de conversa entre o então presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista e sua delação relacionada a atos de corrupção envolvendo políticos.
As ações da Petrobras (PETR4) aceleravam as perdas, e fecharam com queda de 29,70%, cotadas a R$ 16,05.
Tal desempenho representava uma perda de cerca de 95 bilhões de reais no valor de mercado da Petrobras nesta sessão. O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, descartou nesta segunda-feira medidas emergenciais a serem tomadas pelo governo diante da forte queda do petróleo.
O petróleo Brent fechou em queda de 24,1%, a 34,36 dólares o barril, após a Arábia Saudita ter sinalizado que elevará a produção para ganhar participação no mercado, bem como cortado preços oficiais de venda de petróleo. Na mínima, o Brent caiu 30%, o maior recuo diário desde a Guerra do Golfo, em 1991.
FONTE: Brasil 247