Baixa participação na eleição do Iraque mostra país dividido
O Iraque viveu no último sábado (12) o primeiro processo eleitoral desde a derrocada do Estado Islâmico (EI) no país em 2017.
Segundo uma autoridade eleitoral, cerca de 10 milhões de eleitores foram às urnas, um número bem abaixo dos 24,5 milhões de iraquianos habilitados a participarem da consulta para decidir a próxima composição do parlamento e, consequentemente, a figura do primeiro-ministro, cargo atualmente ocupado pelo xiita Haider al-Abadi.
Em um país profundamente dividido pela guerra e conflitos étnicos e religiosos, a esperança por mudanças foi diluída pela participação mais baixa desde a ocupação dos Estados Unidos, em 2003, e instabilidades geradas por ameaças de ataques do EI contra zonas eleitorais.
Mesmo com um forte esquema de segurança em resposta às ameaças do EI, um carro bomba matou três homens, incluindo um observador eleitoral e três eleitores, no sul da cidade de Kirkuk, próximo a uma zona eleitoral. O ataque foi reivindicado pelo grupo terrorista.
A realização das eleições em meio à situação dramática do país leva o Iraque a uma sinuca de bico, para o professor.
“Nessas condições, com grande parte do país destruído, não acho que se resolva com eleição. Ao mesmo tempo, questiono: para quando seriam adiadas? Qual é a perspectiva de organizar todas as cidades? Como se preocupar em votar quando lutar pela própria sobrevivência é uma questão?”, pondera.