Em carta aberta, sete governadores culpam Temer pela crise geral no Brasil

Sete governadores de Estados que compõe a Sudene – Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Minas Gerais – divulgaram carta aberta, no sábado (26), afirmando que Michel Temer e a política de preços que ele autorizou na Petrobras é o verdadeiro motivo da crise que levou à greve dos caminhoneiros.

No documento, eles afirmaram que não concordam com a decisão de Temer em prometer redução de impostos para conter a paralisação, e demandaram mudanças na estatal de petróleo. “O Governo Federal precisa rever – com urgência – a política comercial da Petrobras”, dispararam.

“(…) é absolutamente incompreensível que o Governo Federal autorize a Petrobras a adotar uma política de preços direcionada, unicamente, à obtenção de lucro e ao acúmulo de receitas”, acrescentaram.

Temer tentou negociar com os grevistas a redução do PIS/Cofins e Cide, mas o movimento afirma que só deixará as ruas quando a isenção for aprovada no Senado e publicada no Diário Oficial da União. Em meio ao conflito na negociação, aventou-se também a redução do ICMS, que seria uma exigência dos empresários de transporte, afetando a arrecadação dos Estados.

Segundo os governadores, é “inaceitável a tentativa do Governo Federal de transferir para os Estados a responsabilidade pela solução de uma crise que foi provocada pela União, através de uma política de preços de combustíveis absurda, perversa e irresponsável.”

De acordo com a carta, Temer errou ao patrocinar uma política de preços na Petrobras que “toma por base a premissa de que a empresa deve precificar seus produtos sempre em patamares superiores aos do mercado internacional, acompanhando as suas oscilações apenas quando há elevação de preços, sem jamais repassar aos consumidores brasileiros as suas eventuais reduções.”

Para os governadores, as escolhas de Temer favorecerem o mercado à sociedade brasileira e, agora, ele tenta “fugir às suas responsabilidades convocando os governos estaduais – já tão sacrificados pela injusta concentração de recursos na União – a renunciar às suas receitas do ICMS, supostamente para atender demandas dos representantes dos transportadores participantes da paralização.”

 

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