Apresentação propõe laboratório de ópera barroca no 21º Festival Amazonas
Baseada em um mito grego, com libreto de John Gay, a ópera barroca de Georg Friedrich Händel, de 1718, será apresentada em um formato especial e com adaptação para a mitologia amazônica no 21º Festival Amazonas de Ópera (FAO).
Com direção musical e regência do maestro Marcelo de Jesus, a ópera será encenada neste domingo, às 19h.
O FAO 2018 é uma realização do Governo do Amazonas com patrocínio do Bradesco Prime – que celebra 10 anos de parceria com o festival –, incentivo do Ministério da Cultura (Minc) por meio da Lei Rouanet; além do apoio da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC) e da Aliança Francesa.
De acordo com Marcelo de Jesus, que também é diretor artístico adjunto do festival, a obra não é comum nos repertórios das orquestras do País, devido aos desafios de se realizar a ópera barroca. O maestro explica que para a ópera de Händel será proposto um laboratório, traduzindo a obra para os dias de hoje.
“É impossível fazer uma leitura de época, porque teríamos que ter os instrumentos de época. Mas faremos algo que ainda é muito novo, que é realizar a música barroca com instrumentos da atualidade”, diz. “Ao mesmo tempo, teremos algumas novidades, como o músico Anderson Lima, que tem um grupo de música barroca na Argentina, e trará para o festival um arquialaúde e uma guitarra barroca”, revela.
Pela dificuldade técnica exigida pela obra, o maestro revela que a ópera é uma das mais ensaiadas do 21º FAO. “Em comparação com ‘Faust’, que teve mais de 80 pessoas no fosso da orquestra, ‘Acis’ terá apenas 13 pessoas. A música barroca é muito refinada e artesanal e exige muito preparo para se alcançar a excelência. Por isso estamos propondo um laboratório de ópera barroca”, ressalta.
O enredo da ópera conta, em dois atos, a história da ninfa semi-divina Galatea, que se apaixona pelo pastor Acis. Porém, o ciclope Polifemo, por sua vez encantado com a ninfa, assassina brutalmente o pastor, que é imortalizado em um riacho pelos poderes de Galatea. Para incentivar ainda mais a imersão do espectador do 21º FAO, o cineasta Sérgio Andrade foi convidado para a concepção cênica da obra, que envolveu achar similaridades entre as mitologias grega e amazônica.
“Para aproximar mais o espectador deste terreno da música barroca, o Sérgio Andrade fez uma transcrição destes mitos para o amazônico. Os mitos têm similaridades, pois fazem parte do inconsciente coletivo da humanidade, então conseguimos encontrar estas identificações e adaptar os personagens. Polifemo vira Mapinguari, o ciclope amazônico; Galatea é Iara, sereia e deusa indígena; e Acis é um ribeirinho, que trabalha com juta. Esta adaptação ocorreu de forma bem natural, se encaixando na obra”, explica Marcelo de Jesus.
O elenco conta com o tenor Anibal Mancini, como Acis; a soprano amazonense Amanda Aparício, como Galatea; o baixo Murilo Neves, como Polifemo; e a também soprano amazonense Mirian Abad, como Damon. Pela primeira vez num papel de protagonista no FAO, a solista Amanda Aparício afirma que o público vai se encantar pela história da ninfa semi-deusa que se deixa apaixonar por um mortal.
Serviço: Estreia da ópera “Acis and Galatea”
Data/hora: Dia 13 de maio, domingo, às 19h
Local: Teatro Amazonas – Avenida Eduardo Ribeiro, 659, Centro
Entrada: Os ingressos estão disponíveis na bilheteria do Teatro Amazonas e no site www.aloingressos.com.br, com valores que vão de R$ 5 a R$ 60