Mirante do Gavião: requinte em plena floresta amazônica
Esqueça tudo o que você já viu ou ouviu falar de hotéis de selva na Amazônia. Depois acrescente uma pitada de exclusivismo, um bom gosto sem igual e, voilà, você tem o Mirante do Gavião Lodge.
Debruçado sobre as águas do Rio Negro, sem mosquitos (amém) e com o segundo maior arquipélago fluvial, o Anavilhanas, como vizinho de frente, o hotel boutique só recebe 23 privilegiados hóspedes por vez em suas sete habitações. Sua arquitetura é um capítulo à parte.
Mas é o encantamento de pequenos prazeres, que somente a vida na floresta oferece, que deslumbra quem vem de longe ou de perto – ali mesmo de Manaus – para um fim de semana no hotel. E valem a pena os quase 200 km de estrada ou as duas horas de barco que separam a capital amazonense de Novo Airão, município onde está fincado o Mirante do Gavião Lodge.
A época é de cheia nos rios da Amazônia, então avistar animais silvestres é coisa rara. Por outro lado, é somente neste período do ano, que termina em agosto, que se pode navegar junto às copas das árvores de 20 ou até 30 metros de altura.
Sim, a floresta fica alagada, e os chamados “igapós” permitem um passeio de barco inesquecível mesmo para os olhos de gente do Norte do Brasil, como eu. Imagine navegar por entre árvores centenárias, tocar suas folhas, ver os frutos nas copas ou apreciar seus troncos já desnudos devido à cheia. Paz e surrealismo definem bem esse tour que o hotel oferece.
Depois de duas horas percorrendo labirintos de água, voltar para o hotel e apreciar o por-do-sol do pier flutuante, regado um drink com champanhe, é ter a certeza de que o paraíso é todo seu por alguns instantes.
“A senhora ainda não viu nada. Já focou bichos à noite?”, avisa o guia turístico do hotel, Antenor, morador da região, interrompendo o silêncio da noite que chega. Curiosa, embarco em mais um passeio. Dessa vez é hora de encarar Anavilhanas de pertinho e no escuro da noite.
Frio na barriga, um mundão de águas negras sob nós e um vento fresco são os únicos companheiros. A arma é apenas uma lanterna em busca de pássaros e cobras descansando em árvores. Passados 20 minutos, nenhum deles foi avistado. Me dou conta, de repente, que estou no meio de um mundo de ilhas, em plena Floresta Amazônica, na maior reserva de água potável do planeta e o coração acelera de tanta gratidão pelo privilégio de ver e sentir isso de perto.
Olho pro céu e o passeio explica-se por si só. Lua minguante, vênus e júpiter brilhando. Pronto, a noite estava completa e ficou entendido que o Mirante do Gavião Lodge é a ponte para o mundo amazônico, com suas riquezas, belezas e surpresas naturais. O resto, é o complemento fundamental do conforto das acomodações cinco estrelas, o atendimento dedicado e a gastronomia impecável do hotel.
Missão cumprida para quem propõe ser um mirante, que tudo mostra.
Arte e gastronomia
O Mirante do Gavião Lodge está situado próximo à reserva ecológica do Arquipélago das Anavilhanas. Seu projeto arquitetônico merece um ensaio fotográfico inteiro, todo em madeira certificada e assinada arquiteta espanhola Patricia O’Reilly, do escritório Atelier O’Reilly Architecture & Partners Sustainable Strategies.
São sete unidades habitacionais, divididas em três categorias de hospedagem: a Família, uma espécie de casa na árvore luxuosa, com duas acomodações, com capacidade para seis pessoas; a Luxo, com varanda mais extensa, mesas, cadeiras, redário e ofurô, para até quatro pessoas; e a Standard, com varanda, com capacidade para até três pessoas.
Conforto não falta nas habitações, todas com chuveiro quente, camas king size e enxoval de algodão egípcio 600 fios. Ar condicionado, cofre e ar condicionado complementam a estrutura. Além disso, a área de lazer oferece um piscina de borda infinita, pier flutuante e restaurante com bar. E o melhor: três mirantes para apreciar o Rio Negro.
De frente para o rio Negro, o restaurante do hotel tem um cardápio elaborado pela chef paulista Débora Shornik, que criou pratos como o surubim ao molho de castanha do Brasil e o tucunaré com molho de tucupi e vinho branco. Atenção para as sobremesas, como o o oreo artesanal recheado com ganache de chocolate e doce caseiro de cupuaçu – fruta típica da Amazônia.
O que fazer por lá:
Banho com os botos da Amazônia – parente dos golfinhos, esses mamíferos encantam pela graça e inteligência. É possível nadar com eles em pleno Rio Negro.
Café com arte –na Galeria Flor do Luar, que é uma caixa de vidro e madeira, flutuante, estão à venda obras de artistas locais e do resto do Brasil. Aprecie tudo acompanhado de café e bolo de maracujá estilo da “vovó”.
Design em madeira – Na Fundação Almerinda Malaquias artesãos locais criam peças em marchetaria com sobras de madeira. E tudo fica lindo – dos pratos aos porta-jóias, até as mesas. Prepara-se para comprar. Todos os passeios são oferecidos pelo Mirante do Gavião Lodge.
Quem leva: A Paradise Turismo tem pacotes para diferentes gostos e estilos. Anote aí: (92) 3633-1156 ou acesse www.paradisetur.com.br.