Governador do RJ recebia mesada de R$ 150 mil, diz delator
Em delação homologada pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, o operador Carlos Miranda revelou que Luiz Fernando Pezão (MDB), recebia mesada de R$ 150 mil. Ademais, disse que a propina ao então vice-governador do Rio incluía décimo terceiro salario e bônus, que totalizavam R$ 1 milhão. As informações são de O Globo.
O principal operador do esquema de corrupção no Rio ainda afirmou que o atual governador recebia, além da mesada, propina extra de R$ 300 mil. O montante é referente aos serviços feitos por empreiteira na residência de Pezão, em Piraí, no Vale do Paraíba.
Miranda frisa em seu depoimento, já encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que Sérgio Cabral o encarregou de fazer os pagamentos a Pezão. Ainda de acordo com o delator, quando Cabral deixou o governo o caso se inverteu: Pezão o indicou para efetuar os pagamentos ao seu padrinho político. O valor, mensal, era de R$ 400 mil.
Em sua bombástica delação, Carlos Miranda também comentou acerca da relação entre Pezão e empreiteiros que cuidaram da instalação das placas de energia solar nos postes do Arco Metropolitano. O operador teria recebido ordens diretas de Cabral para que fizesse pagamento no valor de R$ 300 mil à High End. O montante é, como supracitado, referente aos serviços feitos por empreiteira na residência de Pezão, em Piraí.
Quem intermediou o pagamento, segundo Miranda, foi Renato Chebar. Pessoa ligada ao doleiro deu o dinheiro à Luiz Fernando Amorim, dono da High End. De acordo com informações obtidas por O Globo, presentes na delação, Luiz Fernando é irmão de César Amorim, responsável pela instalação dos painéis no Arco Metropolitano.
Defesa
Em contato com O Globo, a assessoria de Pezão disse repudiar “com veemência essas mentiras”. “As afirmações são tão absurdas e sem propósito que sequer há placas solares instaladas em sua casa em Piraí. Ele reafirma que jamais recebeu recursos ilícitos e já teve sua vida amplamente investigada pela Polícia Federal”, complementa a defesa.
A defesa do lobista Paulo Magalhães Pinto, responsável pelo repasse de quatro parcelas de R$ 250 mil ao governador Pezão, referentes ao bônus de R$ 1 mi, não se pronunciou. O outro milhão foi, de acordo com o colaborador, repassado pela Construtora JRO.