Tecnologias de ponta em aterro sanitário não permitem surgimento de urubus e tratam chorume
Para transformar o município de Iranduba (a 28 quilômetros de Manaus) em referência no país no tratamento e depósito de resíduos sólidos e no primeiro da região Norte com um aterro sanitário realmente de acordo com as normas e legislações sanitárias, muita tecnologia de ponta será utilizada em sua implantação como prevê o projeto proposto pela empresa Norte Ambiental, e que atualmente está sob análise do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
São tecnologias inovadoras no tratamento de resíduos que tem como principal objetivo isolar o material depositado a eliminar quaisquer risco de contaminação do ar, do solo, do lençol freático, afastar animais como urubus e eliminar os impactos ambientais e sociais no descarte de resíduos, ao contrário da atual realidade nos demais municípios do Amazonas, incluindo a capital.
De acordo com o professor da Universidade Federal do Amazonas, pós-doutor pela Washington and Lee University, doutor em Ciências da Engenharia Ambiental pela USP, mestre em Biologia de Água Doce e Pesca Interior pelo INPA e consultor técnico do projeto, Carlos Freitas, a adoção das novas tecnologias no futuro aterro sanitário de Iranduba se iniciam com a preparação prévia dos locais onde serão os depósitos, que terão uma base totalmente impermeabilizada, feita por compostos inovadores para criar um “piso” impenetrável e inquebrável que serão recobertos com mantas e lonas especiais.
O mesmo material também será utilizado nas laterais dos depósitos.
“Na medida em que forem depositados, os resíduos também serão recobertos com material especial e impermeável para evitar que a água da chuva penetre e também para evitar que mal cheiro contamine o ar e possa atrair animais como urubus e ratos que possam transmitir doenças”, destacou o especialista.
A tecnologia também se fará presente para coletar um dos piores materiais resultantes da decomposição dos resíduos orgânicos, o chorume. O líquido de odor nauseante e resultante de processos biológicos, químicos e físicos, será coletado por canaletas internas a cada camada dos depósitos e drenado por uma bomba de sucção especial para ser tratado.
Geração de energia
Outro material resultante da decomposição dos produtos, os gases responsáveis pela atração de animais como urubus, também serão processados por um sistema inédito na região que utiliza sensores para captar os resíduos dentro dos depósitos e os canaliza até uma usina de biogás para geração de energia.
“A usina que está prevista no projeto do aterro sanitário da Norte Ambiental irá utilizar essa tecnologia e que além de dar uma destinação correta para os gases, irá gerar energia limpa e de forma sustentável que será revertida para a sociedade”, acrescentou Carlos Freitas.
Além da tecnologia que será utilizada em todo o processo desde a chegada dos resíduos até o depósito e beneficiamento dos materiais resultantes, Freitas explica que toda a área do aterro será monitorada 24 horas por dia por um moderno sistema de segurança para detectar qualquer tipo de anormalidade nas operações, assim como também serão utilizadas novas técnicas e mecanismos para fiscalizar e inspecionar até mesmo áreas distantes do local.
“A tecnologia irá atuar de forma integrada e terá um papel fundamental em toda a operação, permitindo que a população e os órgãos públicos possam acompanhar e ter acesso inédito no Amazonas, a todas as informações e dados sobre este assunto fundamental para o futuro da nossa região”, afirmou Carlos Freitas, ao destacar que de acordo com Lei Federal, todos os municípios brasileiros tem até 2024 para acabar com os depósitos irregulares de resíduos.