Pesquisa amazonense sobre piscicultura é destaque em revista científica nacional
Com resultados que apontam um aumento da produtividade de até 5 vezes na criação de peixes como o tambaqui e a matrinxã, a pesquisa realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Aquicultura da Universidade Nilton Lins, para o desenvolvimento de um novo composto (bioflocos) que retira impurezas e compostos tóxicos da água dos tanques dos criadouros, foi destaque na edição deste mês, da revista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação.
De acordo com a coordenadora do projeto e professora da universidade, Elizabeth Gusmão, a pesquisa dos bioflocos teve início em 2015 e resultou em uma tecnologia limpa que usa microrganismos e zooplânctons e que também permitem o uso sustentável e ambientalmente responsável da água, uma vez que possibilita o reuso e não há necessidade de reposições constantes de grandes volumes como no sistema utilizado atualmente.
Outras vantagens apresentadas nas pesquisas com o uso dos bioflocos são a redução de custos na manutenção dos peixes e também na quantidade de perdas de animais.
Ainda segundo a pesquisadora, o trabalho científico desenvolvido no PPG Aquicultura da Nilton Lins, em ampla associação com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia- INPA poderá tornar o Amazonas autossuficiente na produção dos peixes que consome, gerando novos postos de trabalho e renda a partir de uma atividade econômica consolidada em novas tecnologias e na sustentabilidade.
“No caso de Manaus, por exemplo, mais da metade do peixe consumido mensalmente na cidade vem de outros estados. O potencial econômico do setor é muito grande e em pouco tempo, a piscicultura pode se tornar efetivamente um importante agente de desenvolvimento para o estado, principalmente nos municípios do interior” avaliou a coordenadora.
Para 2022 estão previstas a capacitação de novos profissionais no Programa de Pós-Graduação em Aquicultura da Universidade Nilton Lins e também o desenvolvimento de novas pesquisas e o início de testes de produtos como a farinha de bioflocos. A pró-reitora de Pesquisas e Pós-graduação da Universidade Nilton Lins, profa. Dra. Cleuciliz Santana destaca que o apoio da Capes e da Fapeam, bem como a intensa colaboração com outras universidades da Amazônia, na busca de soluções para o desenvolvimento da Aquicultura na região.