Fiocruz alerta: em três meses, serão 200 mil mortes
O Brasil encerra a semana útil com mais de 100 mil óbitos desde o início da pandemia, em março. Nas últimas 24 horas, novamente o país registrou mais de mil mortos pela infecção, média que persiste há oito semanas.
A irresponsabilidade do governo Bolsonaro para lidar com a saúde a a vida da população motivou uma série de protestos em todo o país. Convocados por centrais sindicais, trabalhadores participaram do chamado Dia Nacional de Luto e Luta.
Com quase 100 mil mortos, Bolsonaro voltou a desdenhar da pandemia em live. Disse que “a vida tem que seguir”. No início da crise, falou em “gripezinha” e, questionado sobre mortos, afirmou “não ser coveiro” para comentar. O presidente chegou a dizer, em março, que a covid-19 não mataria mais que a H1N1. Em seu ano mais letal, 2009, a H1N1 deixou pouco mais de 2 mil mortos.
No epicentro
A covid-19 já é a principal causa de mortes no Brasil em 2020. Em 2019, o trânsito vitimou, em média, 111 pessoas por dia, um total de 40.721 mortes. Doenças cardiovasculares são, historicamente, as maiores causas de mortes no Brasil. São mais de 1.100 mortes por dia, 46 por hora. Nos últimos meses, a covid-19 está com letalidade similar.
Sem melhoras
Não existe previsão da situação melhorar. Ao contrário, o Brasil deve passar dos 200 mil mortos pela covid-19 neste ano, de acordo com estimativas do epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Jesem Orellana. “Sem uma profunda mudança, em até 90 dias, o Brasil alcançará a estarrecedora cifra de 200 mil mortos, ignorando as subnotificações”, afirma.
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O Brasil é o segundo país mais afetado pela covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos. Há mais de um mês, o país está no epicentro da pandemia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que cobrou mudanças do governo para amenizar a situação. Diferente de locais que trataram da pandemia, o Brasil segue no topo da curva epidemiológica.