Fábrica de gelo e lava-jatos flagrados com ‘gatos’ de água em Manaus
Uma fábrica de gelo na zona Centro-Sul de Manaus e dois lava-jatos, no conjunto Vieiralves e na Colônia Santo Antônio, foram flagrados furtando água para desenvolver suas atividades comerciais. A concessionária Águas de Manaus removeu as ligações irregulares ao longo desta semana e notificou os proprietários dos estabelecimentos. Todas as ações foram realizadas em parceria com a Delegacia Especializada em Combate ao Furto de Serviço (DECFS), da Polícia Civil do Amazonas.
No caso que mais chamou a atenção, uma fábrica na avenida Constantino Nery, bairro de São Geraldo, utilizava grandes volumes de água tratada para produzir e comercializar gelo. Esta água, porém, chegava até o estabelecimento através de uma ligação clandestina de aproximadamente 30 metros de extensão. O ponto onde a fraude foi localizada ficava há três imóveis da fábrica. As equipes da Águas de Manaus trabalharam durante quase 13 horas para encontrar a ligação irregular que abastecia o local. Equipamentos de precisão como o geofone, geralmente utilizado para encontrar vazamentos não visíveis, precisaram ser empregados na ação.
O proprietário da fábrica de gelo foi intimado a depor na DECFS e um inquérito policial por furto mediante fraude foi instalado. Em 30 dias, o material deve ser encaminhado à Justiça. Quem comete esse tipo de irregularidade pode ser enquadrado no Código Penal Brasileiro pelo crime de furto. Segundo o Artigo 155, a punição prevista para esse tipo de crime é de um a quatro anos de prisão, além de multa.
OPERAÇÕES EM LAVA-JATOS
Um lava-jato na Rua Rio mar, no conjunto Vieiralves e outro, na Rua sorriso, na Colônia Santo Antônio, também foram flagrados utilizando água tratada pela Águas de Manaus através de ligações irregulares nesta semana. O estabelecimento do Vieiralves teve a ligação cortada em fevereiro e já havia sido notificado por fraude na vistoria ocorrida na época. No entanto, uma nova ligação irregular foi encontrada. A fraude foi retirada novamente e o gerente do local foi conduzido até a DECFS.
No estabelecimento da Colônia Santo Antônio, o consumo do hidrômetro estava zerado, apesar do local seguir utilizando água. Além de abastecer o lava-jato, a fraude ainda abastecia outras duas residências.
PERDAS DE ÁGUA
Com as fiscalizações realizadas nesta semana, a Águas de Manaus chegou ao número de 30 fraudes encontradas neste ano em locais de grande porte. Condomínios, centros comerciais e canteiros de obras já foram flagrados utilizando água de maneira irregular pela cidade em 2019.
As ações integradas entre a comissão de fraudes da concessionária e a Polícia Civil estão ajudando a reduzir as perdas de água tratada na cidade. Atualmente, cerca de 40% da água produzida pela empresa acaba sendo desperdiçada, principalmente por conta de ligações irregulares. Além das ações para combater fraudes, a concessionária investe em tecnologia e conscientização da população para diminuir este índice.
A concessionária adota uma postura flexível sempre que identifica uma fraude. Em todos os casos ocorridos nesta semana, os proprietários foram orientados a procurar o ponto de atendimento da concessionária mais próximo, para renegociar os seus débitos e regularizar sua situação. “Quando combatemos as fraudes, estamos melhorando o abastecimento na cidade. Uma ligação irregular pode causar problemas como vazamentos, pressão reduzida e comprometer a qualidade da água. A Águas de Manaus quer o melhor para o cliente e para a cidade. Por isso, sempre estamos dispostos a negociar e garantir que o cliente se regularize e nunca mais volte a cometer uma fraude”, explicou o gerente comercial Waldyr Vilanova.
CANAIS DE DENÚNCIA
Além das fiscalizações de rotina nas ruas, a concessionária também recebe denúncias sobre ligações irregulares em seus canais oficiais de relacionamento com o cliente, através do telefone 0800 092 0195 e na agência virtual, disponível no site www.aguasdemanaus.com.br e no aplicativo Águas APP.
Logo que a denúncia é recebida ou um potencial local de fraude é identificado pela concessionária, é realizado o levantamento do histórico de consumo do imóvel, caso a ligação esteja ativa na base da empresa. Uma equipe também vai até o local onde há suspeita de furto de água e realiza testes com reagentes químicos na água consumida, que comprovam se ela é fornecida pela concessionária. Somente após todas essas evidências serem coletadas é que a Polícia Civil é acionada.