Governo e Ministério da Saúde assinam termo de adesão que vai viabilizar a volta do transplante de rim no AM
O Governo do Amazonas e o Ministério da Saúde assinaram, nesta segunda-feira (6/5), o termo de adesão para implantação do Programa de Transplante de Rim no estado. Em uma primeira fase, os profissionais serão capacitados para atuarem no serviço que será implantado no Hospital e Pronto-Socorro da Zona Norte (HPS Zona Norte) Delphina Aziz. A previsão de inicio dos transplantes é o segundo semestre desse ano.
A cerimônia de assinatura do termo ocorreu nesta segunda-feira (6/5), durante o Simpósio de Implantação do Programa de Transplante Renal no Estado, no auditório do HPS Zona Norte, e contou com a presença de representantes do Ministério da Saúde e do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), de São Paulo, que ficará responsável pela capacitação dos profissionais locais.
O secretário de estado de Saúde, Rodrigo Tobias, afirmou que a assinatura do termo é mais um passo na consolidação do HPS da Zona Norte como referência no Amazonas. “Hoje iniciamos uma primeira etapa de parceria entre Governo do Amazonas, Ministério da Saúde e Hospital Albert Einstein, no sentido de qualificar a nossa atenção quaternária em Saúde. Ou seja, não é atenção básica, mas a mais especializada da atenção especializada. A intenção é que, com esse sistema, a gente retome, depois de dois anos, os transplantes no estado, e possa reduzir também investimentos em tratamentos fora do domicílio, ofertando um serviço de qualidade para a população do Amazonas”, disse Tobias.
O Amazonas chegou realizar transplantes de rim, no entanto, o serviço foi interrompido em 2017. Até aquele ano, foram realizados 400 transplantes. Hoje é feito apenas o transplante de córnea na rede estadual; os demais tipos são realizados via programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD).
A coordenadora Estadual de Transplantes, Leny Passos, afirmou que a implantação do programa irá reduzir o custo com TFD. Ano passado, foram gastos pelo estado R$ 27,4 milhões com passagem aérea e ajuda de custo com pacientes de TFD. “Nós acompanhamos os custos do tratamento fora de domicílio relacionado aos anos em que não estamos fazendo transplante, que são dois anos. Vimos que esse custo é muito alto, e eu diria até insustentável para o estado, caso ele não tomasse essas medidas”.
Para a coordenadora do sistema nacional de transplantes, Daniela Pontes, a alta demanda do Amazonas e o vazio assistencial do estado nessa área o credenciou para receber o programa. Atualmente, 1.300 pacientes fazem hemodiálise em unidades da rede estadual e clínicas conveniadas. Estre 12% a 20% de pacientes em diálise têm indicação de fazer um transplante renal. Assim, estima-se que, hoje 260 pessoas no estado precisem de um transplante de rim.
“Esse é um programa de parceria do Ministério da Saúde com os hospitais de excelência, no caso o Hospital Israelita Albert Einstein. A seleção é feita baseada em alguns fatores, como a performance de doação do estado, a organização do estado e o vazio assistencial, além da demanda reprimida de tratamento dos pacientes que fazem hemodiálise. A opção que nós temos é o transplante, e a gente precisa trabalhar nisso para atendimento à demanda desses pacientes que hoje estão indo para outros estados para serem tratados”.
José Eduardo Afonso Jr, nefrologista do Programa de Transplante do (Hiae), disse que a Tutoria é a primeira etapa do projeto de implantação de transplantes. Haverá capacitação no Estado e também no Hiae. Só após essa fase, implanta-se o ambulatório, onde os pacientes com indicação de transplante serão organizados na fila.
“Os primeiros transplantes daqui serão monitorados com a participação dos profissionais de lá. Assim, quando forem acontecer os transplantes aqui, clínicos e cirurgiões do Einstein participarão dos primeiros para fazer o monitoramento e as instruções para que tudo corra da melhor forma”, explicou o especialista.
A realização de transplante de rim no HPS Zona Norte compõe o conjunto de medidas adotadas pelo Governo do Estado para sanar a situação encontrada pela atual gestão, na área da Saúde, e colocar cem por cento daquela unidade em funcionamento. O projeto começou a ser executado com a oferta de cirurgias gerais eletivas (hérnia e vesícula), em abril, e gradativamente, irá alcançar outras especialidades.
Os transplantes de fígado e implante coclear farão parte das outras etapas de implantação do programa no estado.
Mais informações: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Saúde (Susam)