Vendas ficam estáveis em fevereiro e patamar segue abaixo do recorde de 2014
As vendas no varejo ficaram estáveis em fevereiro, registrando 0% na comparação com o volume de mercadorias comercializadas em janeiro, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje pelo IBGE. O comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, recuou 0,8% nessa mesma comparação. Com o resultado, o total de vendas no varejo permanece 6,6% abaixo do nível recorde alcançado em outubro de 2014.
As vendas de fantasias e adereços para o carnaval resultaram nas principais contribuições positivas no mês. A atividade de Tecidos, vestuário e calçados cresceu 4,4%, na passagem de janeiro para fevereiro, seguida por Outros artigos de uso pessoal e doméstico, com alta de 1%, grupo que reúne as lojas de departamentos.
Pressionaram negativamente o resultado do comércio de fevereiro, os setores de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,9%), seguidos por Móveis e eletrodomésticos (-0,3%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3%).
A gerente da pesquisa, Isabella Nunes, afirmou que a alta no preço dos alimentos no domicílio, que chegou a 1,24% segundo o IPCA de fevereiro, atuou como um inibidor na compra desses produtos. “O resultado de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi em parte influenciada pela queda nas vendas dos alimentos em razão do fator preço”, explica.
Frente a fevereiro de 2018, o comércio mostrou crescimento de 3,9%, com taxas positivas em todas as atividades, com exceção de Livros, jornais, revistas e papelaria, que registrou queda de 24,3%. A economista ressalta que houve o chamado “efeito calendário”. Como neste ano o carnaval caiu em março, a PMC considerou dois dias úteis a mais em fevereiro de 2019 do que em fevereiro de 2018, totalizando 20 dias.
Segundo Isabella, o efeito calendário se deu em todo o comércio, mas por ser o mês do carnaval, ele foi mais forte e mais evidente nos setores Outros artigos de uso pessoal e doméstico (10,7%) e de Tecidos, vestuário e calçados (10,7%). Esta atividade mostrou o melhor resultado desde setembro de 2017 (12,5%).
Já a venda de Livros, jornais, revistas e papelaria recuo pela décima nova vez consecutiva na comparação com fevereiro de 2018. Em relação ao primeiro bimestre do ano passado, a perda do setor chegou a 26,8%. Com isso, o acumulado nos últimos 12 meses, ao passar de recuo de 17,7% até janeiro para -19,6% até fevereiro, permanece no campo negativo desde março de 2014 (-0,2%).
“As vendas de livros não estão se dando pelas livrarias, que estão sendo fechadas, porque essas empresas estão em recuperação judicial e enxugando custos. Essas vendas estão indo para Outros artigos de pessoal ou uso doméstico, onde estão as vendas online, e em parte para Hipermercados”, conclui Isabella.