Pesca do mapará incentiva economia de Careiro da Várzea após término do defeso
No último fim de semana aconteceu a abertura da 3ª edição da Pesca do Mapará, no Lago do Rei, localizado no município de Careiro da Várzea (distante 22 quilômetros de Manaus). O Governo do Estado, em parceria com a prefeitura do município, esteve presente no evento, que contou com a participação de 800 pescadores cadastrados.
Segundo o secretário executivo de Pesca e Aquicultura (Sepa), Leocy Cutrim, o Lago do Rei possui uma pesca organizada, que conta com a parceria do Governo Federal, Governo do Estado, Governo Municipal e dos pescadores, o que demonstra um grande avanço para a categoria e a importância do mapará para região.
“Esse peixe tem um rendimento de filé fantástico, o pescado não possui espinha e é prioritariamente exportado para outros estados e países. Ele é pouco valorizado no Amazonas, por isso é preciso também que nossos chefs de cozinha possam incentivar a gastronomia do peixe mapará na região”, explicou Leocy.
A fase mais intensa da temporada da atividade é até final de março, porque os cardumes se dispersam com a cheia dos rios e entram por áreas de difícil acesso para os pescadores, tornando a atividade apenas de subsistência.
O prefeito de Careiro da Várzea, Ramiro Gonçalves, salientou a importância de praticar a pesca correta na região, de maneira sustentável, dando prioridade ao pescador do município e também estimulando o controle e venda do pescado.
“Os pescadores vendem direto para os compradores cadastrados, não possui atravessador, o que acaba beneficiando principalmente o consumidor final, com preço justo, alavancando a economia do município”, disse Ramiro Gonçalves.
De acordo com o secretário municipal de Pesca de Careiro da Várzea, Aldo Procópio, durante os três dias do evento (16,17 e 18 de março), a estimativa é de que sejam pescadas 300 toneladas de peixe mapará, gerando um faturamento superior a R$ 700 mil.
“Os 800 pescadores cadastrados são divididos em embarcações com duas ou três pessoas. O pescado é vendido apenas para os seis compradores, também cadastrados, com 12 barcos ‘tipo sede’, distribuídos no meio do Lago do Rei”, explica Procópio.
O pescador Márcio Martins afirma que o pescado é uma grande fonte de renda para o município e para sua família. “Sou agricultor e pescador. É um alivio quando encerra o período do defeso, pois assim temos uma opção de pescar e vender nosso peixe de forma legal, levando renda para minha família”, afirmou Márcio.
Participaram da abertura do evento, representantes da Secretaria Estadual de Produção Rural (Sepror), representada pelas suas vinculadas e departamentos (Ads, Idam, Adaf, Sepa e Seapaf), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
Ordenamento pesqueiro e fiscalização – Como gestora da política ambiental do Estado, a Sema participou do evento com ações de ordenamento pesqueiro, definindo as regras para a pesca na região e dando legalidade à atividade. “Apoiamos a prefeitura com a criação de um regimento interno para a pesca do mapará, aliando a importância da geração de renda para as populações, mas também a conservação da espécie. Com o ordenamento pesqueiro poderemos garantir estoques do mapará pelos próximos anos”, destacou o assessor do Núcleo de Pesca da Sema, Rogério Bessa.
O Ipaam, com apoio do Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar, iniciou a fiscalização no lago três dias antes da data do evento, para garantir o cumprimento do defeso. “Até alguns anos atrás, a pesca do mapará era feita de forma clandestina por pessoas advindas de vários lugares, sem nenhum controle, o que comprometia a reprodução da espécie. Por isso, o Ipaam iniciou a fiscalização antes da atividade pesqueira para assegurar o cumprimento do regulamento definido pela Sema”, explicou o gerente de Fiscalização do Ipaam, Hermógenes Rabelo.
Fim do defeso e início da pesca do mapará – De acordo com o engenheiro de pesca da Secretaria de Pesca e Aquicultura (Sepa), João Bosco, o mapará entrou no defeso, em 2007, devido grande escassez do peixe. Ele afirma que a Sepa busca promover e integrar a prática local. “A pesca está restrita apenas aos pescadores da região. No local ocorre o cadastramento e a estipulação das regras, como a definição das redes com malha mínima de 45 mm”, afirmou João.
O Lago do Rei, local onde é realizada a pesca do mapará, é um complexo formado por mais de 60 lagos de várzea e representa uma das áreas de maior potencial piscoso do Amazonas.
Proteção de espécies – A abertura da temporada de pesca do mapará, no Lago do Rei, ocorre após o fim do defeso, período que fica proibida a pesca dessa e de outras espécies como o pirarucu, tambaqui, matrinxã, pirapitinga, sardinha, mapará, pacu e aruanã. O defeso ocorre durante quatro meses. A medida foi instituída para garantir a proteção da reprodução das espécies.
Mais informações: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Produção Rural e Sustentabilidade (Sepror) e Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema)