“Gripezinha”: Brasil passa de 100 mil mortos pela Covid-19

É oficial. Com o registro de mais 538 vítimas do novo coronavírus, anunciado na tarde de sábado (8), o Brasil supera a marca de 100 mil mortes causadas pela covid-19.

O país soma vergonhosos 100.240 óbitos decorrentes da doença, menos de cinco meses após registrar a primeira vítima. A informação foi divulgada pelo consórcio formado pelos veículos Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, o Globo e G1, com dados colhidos junto ao Conass, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde.

O Conass também recebeu 21.732 notificações de novos casos entre as 16h de ontem e as 13h30 de hoje. Mais tarde, às 18h, o órgão emitiu novo boletim, atualizando os dados: nas 24 horas entre as 16h da sexta e as 16h deste sábado, foram mais 905 óbitos, elevando o total para 100.477 vítimas. Além disso, foram 49.970 novos casos.

Assim, o país passa também de 3 milhões de infectados pela “gripezinha” de Jair Bolsonaro – exatos 3.012.412 de pessoas que tiveram a infeccção confirmada. Com a subnotificação de casos e óbitos, admitida até pelo governo federal, a realidade da pandemia no Brasil é de absoluto descontrole e de total ignorância dos números reais.

Em número oficiais, o que se sabe é que o Brasil – que tem apenas 2,7% da população mundial, tem hoje cerca de 6,5% dos casos de covid-19 e 7,2% dos mortos pela doença no planeta. Ou seja, a cada sete mortos pela infecção no mundo, um é brasileiro.

Tragédia e vergonha naturalizadas
Os números da pandemia no Brasil refletem uma imensa quantidade mortes que poderiam ter sido evitadas, caso o governo Bolsonaro cumprisse o compromisso, assumido em sua posse como Presidente da República, de proteger o povo brasileiro.

Apesar da tragédia, porém, a realidade é que, aos poucos o país, vai “voltando ao normal”. Mesmo em regiões que veem diariamento o aumento dos contágios, das taxas de ocupações de UTI e de mortes, o que se vê cada vez mais é o abandono do distanciamento social.

Em todas as esferas do Executivo, a começar pelo governo federal, passando pelos estados e chegando aos municípios, o desempenho do poder público no enfrentamento da pandemia mostrou, com raríssimas exceções, governantes fracos e sem pulso.

Seja porque optaram pela continuidade das atividades econômicas, seja porque cederam à pressão para flexiblizar as medidas de distanciamento social exercidas pelo governo central, o resultado foi o mesmo: uma população jogada ao enfrentamento de um inimigo mortal e invisível, sem o devido amparo e segurança.

O maior responsável pela tragédia brasileira tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro. Desde sempre negou a gravidade da emergência de saúde pública. Mesmo recebendo diariamente notícias de vítimas em outros países, chamou a covid-19 de “gripezinha”. Promoveu aglomerações e fez suspeitas propagandas de um remédio sem comprovação científica contra a doença, caso da cloroquina.

Presidente indigno
O presidente já soltou, em relação às mortes que sua incompetência vem provocando, declarações como “e daí”, “não sou coveiro”, “todo mundo vai morrer um dia, paciência” e outras. A mais recente demonstração de indiferença do governante máximo com a maior crise sanitária da história do país foi “vamos tocar a vida. Tocar a vida e buscar uma maneira de se safar deste problema”, em sua live semanal, na última quinta-feira (6).

Mais uma vez, centrais sindicais, movimentos sociais e a população mostraram seu repúdio e indignação pela fala de Bolsonaro, na véspera do Dia Nacional de Luta e Luto, organizado pelas centrais sindicais e as frentes populares.

O CNS já emitiu recomendação para que Bolsonaro adote “medidas corretivas urgentes que promovam a execução orçamentária e financeira do Ministério da Saúde com a celeridade requerida pela situação de emergência sanitária”.

FONTE: Rede Brasil Atual

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