AM tem maior desigualdade educacional em Língua Portuguesa entre estudantes do Ensino Fundamental, diz MEC
O Amazonas apresentou, por duas vezes, a maior desigualdade educacional em Língua Portuguesa entre estudantes do Ensino Fundamental, segundo os dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017, divulgados nesta quinta-feira (30), pelo Ministério da Educação (MEC). Em Matemática, o estado perdeu pontos na média de proficiência entre alunos dos Ensinos Médio e Fundamental nos últimos dois anos.
O Saeb é a avaliação utilizada pelo Governo Federal a cada dois anos para medir a aprendizagem dos alunos ao fim de cada etapa de ensino: ao 5º e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. O sistema é composto pelas médias de proficiências em português e matemática extraídas da Prova Brasil, e pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que ainda não foi divulgado.
Nos estados do Norte do país, cerca de 1,6 milhão de estudantes estiveram presentes no momento da aplicação dos testes.
5º ano do Ensino Fundamental
Língua Portuguesa
Nos dados sobre os anos iniciais do Ensino Fundamental, o Saeb mostrou que 33% das crianças não apresentam resultados suficientes em escrita da Língua Portuguesa.
No Amazonas, a proficiência média dos estudantes chegou a 202.3, número abaixo da média nacional, que chegou a 215. O estado com a maior média foi São Paulo, com 230.3. Em último lugar, ficou o Maranhão, com média de 183.3.
O principal destaque ficou por conta do nível de desigualdades sociais. O Amazonas apresentou a maior diferença de aprendizagem entre estudantes com nível socioeconômico mais alto e mais baixo. A média dos alunos das escolas no quintil mais baixo do índice foi de 169, enquanto o mais alto foi de 228. A maior diferença entre todos os estados do país.
Matemática
O Amazonas ficou, novamente, abaixo da média nacional de proficiência dos estudantes em Matemática no 5º ano do Ensino Fundamental. A média do estado ficou em 211.5, enquanto o índice nacional registrou a média de 224.
Quanto à diferença de aprendizagem entre estudantes com nível socioeconômico mais alto e mais baixo, o estado apresentou o segundo maior número de desigualdade, perdendo apenas para Roraima. A média dos alunos das escolas no quintil mais baixo do índice foi de 182, enquanto o mais alto foi de 235.
9º ano do Ensino Fundamental
Língua Portuguesa
Nos dados relativos a alunos do 9º ano, o Amazonas aparece mais perto da proficiência média nacional, que marcou 258, enquanto o estado marcou 252. Quanto ao ganho de aprendizagem, cuja pontuação foi de seis pontos nacionais, o Amazonas marcou 4,4 pontos em dois anos.
Entretanto, o estado aparece novamente com o maior índice de desigualdade educacional entre os alunos com maior e menor condição socioeconômica. A média dos alunos nas escolas no quintil mais baixo do Índice Socioeconômico foi de 220, enquanto a média mais alta atingiu 270. Foi, novamente, a maior diferença de aprendizagem do país.
Matemática
Em matemática, o destaque do Amazonas também foi negativo, De 2015 até 2017 o Brasil ganhou dois pontos de proficiência, enquanto o Amazonas perdeu 1,3 pontos, apresentando um resultado negativo junto a outros nove estados do Brasil.
Cerca de 70% dos estudantes do 9º ano que participaram do Saeb 2017 apresentaram aprendizagem insuficiente em matemática.
Ensino Médio
Língua Portuguesa
A proficiência média em português dos estudantes amazonenses no Ensino Médio foi um dos menores índices registrados pelo Saeb. Uma média de 249.5, pontuação muito inferior à média nacional.
Desde 2015, o estado, novamente, perdeu pontos de proficiência média em português. Foram 9.7 pontos negativos em dois anos para estudantes do Ensino Médio.
O Indicador de Nível Socioeconômico apresentou o Amazonas entre os 10 estados com maior desigualdade de aprendizagem. Dessa vez, o estado ficou em 9ª posição, com uma diferença média de 43 pontos entre os alunos com maior e menor condição socioeconômica.
Matemática
Em matemática, o estado perde, novamente, pontos de proficiência média desde 2015. Dessa vez, o maior número registrado. Foram 10.3 pontos perdidos, enquanto o Brasil demonstrou ter ganhado três pontos nos dois anos.
Entretanto, pela primeira vez o Estado não fica entre os últimos lugares no índice de desigualdade sociais.
A nível nacional, apenas cerca de 4,5% dos estudantes do país que participaram do Saeb apresentaram aprendizagem adequada em matemática.
Fonte: G1 Amazonas